O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na segunda (22) que quer aumentar as relações bilaterais com a China, principalmente em tecnologia, produtos agrícolas e minerais. O país asiático disputa com os Estados Unidos a posição de maior parceiro comercial do Brasil.
Apesar dessa disputa, Lula diz que quer aumentar a parceria estratégica com os asiáticos sem “brigar” com os americanos. Ele afirmou, ainda, que seguirá tendo uma relação de Estado independente de quem ganhar as eleições.
“Nós não queremos brigar com os Estados Unidos para estar junto com a China. Nós não queremos brigar com a China para estar junto com os Estados Unidos. Nós queremos ter relação com a China, com os Estados Unidos. Com a Alemanha, queremos ter aliança na América do Sul. Porque esse é o papel de um país do tamanho do Brasil. Esse é o papel de um país importante, que tem muita, muita perspectiva de um futuro muito promissor para o seu povo”, disse Lula em entrevista a agências de notícias internacionais.
A China é, atualmente, um grande comprador de soja, minério e carne, com um comércio bilateral que bateu US$ 105,7 bilhões no ano passado.
“Nós pretendemos discutir com os chineses uma nova parceria estratégica entre Brasil e China. Uma parceria estratégica que envolva não apenas exportação de commodities, mas que envolva, no fundo, a gente fazer uma discussão envolvendo ciência, tecnologia, envolvendo a produção de chips, de software”, pontuou.
A intenção de Lula de ampliar o comércio com a China no campo tecnológico é vista com atenção pelos Estados Unidos. Em meados de maio, a embaixadora americana no Brasil, Elizabeth Bagley, afirmou que quer fechar um acordo para a compra de minerais críticos extraídos aqui, como nióbio, grafite (grafeno), níquel e terras raras.
Bagley alertou para cuidados que não apenas o governo brasileiro deve ter, mas todos os países ao negociarem com a China, por questões de “segurança e privacidade”. Ela afirma que os EUA sempre dizem para “negociarem com muito cuidado, com os olhos abertos”, pois “as empresas chinesas fazem parte do governo chinês, não são privadas”.
“Então basicamente dizemos: 'faça o que quiser, é o seu país, mas esteja ciente, porque definitivamente há problemas'”, disparou.
Ela ainda disse que o Brasil não deve receber investimentos para a produção de semicondutores, um pleito que Lula já sinalizou que gostaria de fazer. Para ela, o país deve ser fornecedor dos minerais críticos.
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