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Cúpula Ibero-americana

Lula: contra crise, mais integração e menos subsídios

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (30), na 18ª Cúpula Ibero-americana, que a crise econômica global deve ser enfrentada com mais integração, mais comércio justo, menos distorções e menos subsídios. "Por isso continuamos a apostar na conclusão rápida e com êxito da Rodada Doha (da Organização Mundial do Comércio)", afirmou Lula em uma reunião em que estavam os dirigentes dos 22 países da cúpula, cuja tema foi "Juventude e desenvolvimento", mas que foi totalmente dominada pela questão da crise.

Lula conclamou todos a repensar os organismos financeiros internacionais, conferindo-lhes capacidade regulatória. "Afinal, todos somos vítimas do comportamento irresponsável daqueles que especulam com esperanças e vendem ilusões." Para Lula, todo o esforço que está sendo feito pelos países em desenvolvimento para superar a pobreza e a exclusão até agora está "comprometido pela ação irresponsável daqueles que fizeram da economia um cassino.

E prosseguiu, chamando os participantes a fazer parte de um movimento destinado a mudar o sistema financeiro internacional: "Num mundo em que os países em desenvolvimento ou emergentes são vistos como a esperança de retomada do crescimento, não podemos aceitar um processo decisório que praticamente nos exclui", afirmou o presidente.

Segundo Lula, a crise adquiriu um caráter sistêmico e estrutural. Não poderá ser contida sem um esforço de coordenação internacional. "Esse esforço de coordenação será ineficaz e injusto se não contar com a participação dos países em desenvolvimento", destacou ele. Porque, disse Lula, os mecanismos existentes não foram capazes de prever nem menos debelar a crise. "E não têm sido capazes tampouco de combater a grave situação que estamos enfrentando." Assim, continuou Lula, os países em desenvolvimento têm de ter maior participação nos mecanismos de controle globais.

Lula citou exemplos de ações que tem tomado no Brasil. "De imediato, temos que voltar a permitir que os fluxos de créditos voltem a lubrificar os canais do comércio internacional. É o que estamos fazendo no Brasil. É o que esperamos dos países ricos, com maior capacidade financeira." Lula disse que não dá para enfrentar a crise apenas lamentando a quebradeira de bancos, mas é preciso fazer com que os Estados não permitam que os países sejam prejudicados por problemas construídos por outros dirigentes, antes da gestão dos atuais. Lula disse que mantém o plano de investir R$ 504 bilhões até 2010, com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Não abrirei mão de nenhum centavo.

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