O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o governo Fernando Henrique Cardoso, desta vez por ter montado uma matriz energética baseada no gás natural, combustível que o Brasil não produz em quantidade suficiente para abastecer o país.
Na reunião do Conselho Político, Lula falou da possibilidade de o Brasil importar gás da Argélia para se livrar da dependência do gás boliviano, em razão do processo de nacionalização adotado pelo presidente Evo Morales.
O presidente relatou aos líderes partidários parte da conversa que teve com Morales na última segunda-feira, na Venezuela. Lula contou aos aliados que a conversa foi boa, mas que os problemas políticos internos da Bolívia impedem a implementação dos acordos feitos entre Morales e ele. Lula abordou o tema ao falar de biocombustíveis, tema recorrente em seus discursos.
O presidente também manifestou preocupação com as questões ambientais que estão impedindo o desenvolvimento de projetos de geração de energia, como a construção de duas hidrelétricas no Rio Madeira, na região Norte. O presidente disse que pretende ter uma conversa ainda hoje com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para tratar do assunto.
Nos últimos dias, protestos na Bolívia já provocaram a morte de uma pessoa. Os manifestantes, que lutam pela propriedade de um dos campos de gás mais ricos do país, já tomaram algumas instalações e ameaçam romper o transporte para o Brasil.
Segundo reportagem publicada no jornal O GLOBO nesta quinta-feira, Lula esteve reunido, um dia antes, como o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, montado uma estratégia de reação.
Na ocasião, Gabrielli teria dito que se a empresa não for indenizada devidamente em função da nacionalização de suas refinarias no país, a Petrobras poderá recorrer a uma corte internacional.
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