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COMÉRCIO EXTERIOR

Lula defende diversificação comercial

A realização dos fóruns entre Índia, Brasil e África do Sul (Ibas) e Brasil, Rússia, Índia e China (Bric), na semana passada em Brasília, comprovou que o País consegue aplicar uma política de diversificação comercial com outras nações, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com Lula, esses países têm muitas semelhanças e os encontros foram "extremamente importantes" porque permitiram que se aperfeiçoe a relação estratégica. Lula lembrou que os países emergentes foram os primeiros a sair da crise e previu que o Brasil deve encerrar o ano com 2 milhões de novos empregos formais.

"Nós estamos querendo cada vez mais desenvolver as nossas economias, cada vez mais gerar empregos, cada vez mais distribuir renda. Isso é muito importante", afirmou, no programa semanal de rádio "Café com o Presidente", que foi ao ar hoje. Os frutos dessas reuniões, acredita o presidente, virão nos próximos meses e anos. "... porque a política internacional é assim. Você planta e demora para começar a colher", afirmou.

Lula lembrou que, em maio, viajará à Rússia com empresários "porque o Brasil provou que é correta a política de diversificação da nossa relação comercial". "Quanto mais parceiros você tiver, quanto mais você estiver espraiado pelo mundo afora, vendendo e comprando, menos dependência você tem e mais chance de você sair bem na crise como nós saímos - é uma coisa extraordinária", disse.

As cúpulas feita no Brasil servirão para levar um "pensamento único" desses países ao encontro do G-20 em junho, no Canadá, avaliou Lula. "Se você chega a uma reunião com um pensamento único: China, Índia, Brasil, Rússia e África do Sul, você tem meio caminho andado para convencer outros países que se colocam do nosso lado, como a França, a Argentina e o México". "Portanto há uma boa possibilidade de a gente fazer um grande avanço para o Brasil na área internacional", completa.

Caged

Lula também analisou o saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), anunciado na semana passada, que apontou 266.415 novas vagas com carteira de trabalho assinada em março, recorde para o mês. Para o presidente, o resultado deve-se ao êxito da economia brasileira. "Nós dizíamos, ano passado, que o Brasil tinha sido o último país a entrar na crise e o primeiro a sair. Nós saímos da crise muito fortes, a economia mundial tem saído mais lentamente, mas os países emergentes saíram mais rapidamente."

O presidente disse que os números do Caged o deixam otimista porque o Brasil poderá encerrar 2010 com 2 milhões de vagas formais criadas ou "até um pouco mais". "...significa que mais brasileiros e brasileiras estão conquistando cidadania, mais gente está levando comida para a casa com o suor do seu trabalho mais gente está conseguindo independência econômica, a Previdência vai deixando de ser deficitária, e a vida das pessoas melhorando. Aquele negócio da roda gigante funcionar, ou seja, na medida em que o povo consome, o comércio vende e a indústria é obrigada a produzir e todo mundo é obrigado a contratar mais trabalhadores."

Lula afirmou ser isso o que quer para o Brasil. "Passei a minha vida inteira dizendo que não tem nada mais sagrado para um ser humano do que o emprego. E é tudo o que nós queremos."

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