O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defenderá no Fórum Econômico Mundial, que começou nesta quarta-feira em Davos, na Suíça, a eliminação dos subsídios internos de países desenvolvidos ao setor agrícola, informaram fontes do governo. A defesa de Lula acontecerá em meio à expectativa de que as negociações comerciais no âmbito da Rodada de Doha, suspensas em julho do ano passado, ganhem força no fórum para serem retomadas.
A Organização Mundial do Comércio (OMC), a União Européia (UE) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) manifestaram esperanças de que haja avanço nesse sentido. No discurso de abertura do evento, a chefe do governo alemão, Angela Merkel, atual presidente do G-8 (grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia), se disse esperançosa sobre a retomada das negociações e pediu a todos os lados que sejam flexíveis.
- As chances de sucesso estão aí, sem dúvida - disse ela. - Mas as posições de Estados Unidos, Europa, países emergentes e em desenvolvimento precisam se aproximar. Todos precisamos estar prontos para mostrar flexibilidade. A responsabilidade pelo êxito está sobre muitos ombros.
Lula deve chegar à Suíça nesta quinta-feira. Segundo o Brasil e seus parceiros no G-20, as divergências sobre os subsídios foram o principal motivo para a suspensão da Rodada de Doha, criada na OMC há cinco anos para promover a liberalização do comércio mundial.
Lula também defenderá a ampliação do Conselho de Segurança da ONU, onde o Brasil aspira há anos um assento.
O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, acompanhará Lula e participará de uma série de reuniões com o objetivo de retomar a Rodada de Doha.
Em seu discurso, Merkel também disse que a Alemanha vai buscar, como presidente do G8, a eliminação de desequilíbrios nas taxas de câmbio, fortalecer a transparência nos fundos de hedge e um novo diálogo com poderes emergentes como a China e a Índia.