O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou nesta segunda-feira (8) a importância do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e disse que ele é "a retomada da posição governamental de investir em refinarias e no polo petroquímico deste País". "O Paulo Roberto (diretor de Abastecimento da Petrobras), a Dilma (Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil), o Lobão (ministro de Minas e Energia) sabem que cinco anos atrás, se dependesse da vontade da Petrobras, não teria nenhuma refinaria a mais neste País, porque os diretores entendiam que existiam suficientes", lembrou.
O presidente destacou que depois de muita negociação e conversa começaram a ser analisados locais para receber os investimentos e Pernambuco foi escolhido para sediar a Refinaria Abreu e Lima. "Não é porque é o meu Estado. Tinham vários Estados que queriam. Eu disse a todos que iria levar a obra para quem trouxesse um parceiro. Tinha muita gente atrás de empresas. Uma vez eu jantei com um príncipe da Arábia Saudita que disse que faria. Outro empresário da japonesa Marubeni também prometeu, mas a verdade é que ninguém botou dinheiro. Até que o companheiro Hugo Chávez topou o negócio", disse, citando o presidente da Venezuela.
A PDVSA, estatal venezuelana de petróleo, é parceira da Petrobras no empreendimento, mas até o momento não assinou o contrato e não fez nenhum aporte de recursos na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. "O acordo levou muito tempo para ser fechado porque a Petrobras e a PDVSA são como duas moças bonitas no mesmo baile. Geram concorrência absurda.
Pré-sal
Lula também destacou que a decisão de fazer mais refinarias foi tomada após a descoberta de petróleo na camada pré-sal. "Decidimos fazer quatro e ainda investir nas existentes. Vamos ultrapassar os US$ 60 bilhões", disse. O presidente aproveitou a deixa para voltar a criticar seus antecessores: "Isso certamente incomoda muitas pessoas. Ficam incomodados aqueles que diziam que não era possível fazer mais refinarias no Brasil, aqueles que diziam que não tinha condições de fazer plataformas ou navios no Brasil, e que levaram à falência a indústria naval brasileira", disse.
O presidente Lula também citou a situação atual do País como sendo mais favorável ao crescimento do que nos Estados Unidos e Europa. "Quando veio a crise, eu tive a coragem de ir para a TV pedir para o povo consumir. Disse que a crise iria chegar por último e iria embora primeiro, e que seria uma marolinha. Até hoje os Estados Unidos e a Europa não resolveram o seu problema. Lá, eles perderam 7 milhões de empregos e nós aqui criamos 900 mil novas vagas e só este ano 160 mil novas vagas", comentou.
Lula arrancou gargalhadas do público ao ironizar o fato de muitos criticarem alguns pontos do crescimento, como é o caso do aumento nas vendas da indústria automotiva. "Parem de achar que fazendo metrô vão tirar o apetite de pobre por ter carro. Aqueles que pensam isso têm o seu próprio carro. Eles querem que os pobres deixem a rua vaga para eles. Nós pobres temos o prazer de comprar o próprio carro, nem que seja para ficar lavando e admirando a calota do carro no final de semana", disse.