O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a comemorar nesta terça-feira (1) o "sucesso" da política macroeconômica de seu governo, em discurso em reunião da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal). O presidente disse que quebrou paradigmas ao encerrar a polêmica sobre se, para exportar, é preciso eliminar o mercado interno. "Aqui no Brasil se dizia que, se o Brasil vai exportar, o mercado interno tem de morrer, tem de ser asfixiado. Se o Brasil vai aumentar o mercado interno, as exportações têm de morrer. Nós provamos que não é antagônico o crescimento do mercado interno com o crescimento do mercado externo", disse

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Lula afirmou ainda que acabou com a discussão de que "aumentar salário é inflacionário". Para o presidente, "têm países crescendo há vários anos seguidos, com taxas importantes, que não têm como fazer política social". Lula prosseguiu acentuando que, por isso mesmo, o Brasil fez o contrário. "Nós decidimos que é possível acabar com a discussão: primeiro cresce para depois distribuir ou primeiro distribui para depois crescer? Nós fizemos os dois concomitantemente e o sucesso foi extraordinário", declarou Lula, que voltou a lembrar que foi o consumo dos mais pobres que salvou o Brasil na crise do ano passado.

"Enquanto muita gente rica no país ficou com medo e se encolheu, os pobres do Norte e do Nordeste foram às compras para reativar a economia brasileira na parte mais pobre do Brasil", disse Lula. "No Norte e no Nordeste, as classes D e E consumiram mais que as classes A e B, da região Sul, do Sudeste do País", ressaltou, avisando que isso se chama "o milagre da multiplicação do pouco dinheiro que os pobres têm".

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Para Lula, "pouco dinheiro na mão de muitos significa distribuição de renda. E muito dinheiro nas mãos de poucos é concentrar a riqueza e empobrecimento da maioria". Ele insistiu que isso foi possível graças "ao acerto da política macroeconômica".

Crédito

Lula defendeu ainda a política do crédito consignado. Hoje, segundo ele, R$ 120 bilhões movimentam o credito consignado, nas mãos de pessoas que não conseguiam tomar dinheiro em banco. Ele citou que "o crédito que o Brasil inteiro tinha era de R$ 380 bilhões". "Hoje, somente o Banco do Brasil tem esse crédito e, no país todo, o crédito chega a R$ 1,5 trilhão."

Após reiterar que pobre só é lembrado antes da eleição e que "se tem uma coisa sagrada que um dirigente político não pode deixar de fazer é cuidar dos mais pobres", Lula insistiu que todos os sacrifícios têm de ser feitos para fazer chegar na mão do mais pobre o mínimo necessário. "Não podemos deixar para cuidar dos mais pobres no fim", afirmou.

"Na época das eleições, não tem candidato do mundo que fale mal de pobre, fala mal de banqueiro, de grande empresário, mas pobre é a coisa mais fantástica. Mas, depois que as pessoas ganham as eleições, nunca convidam o pobre para almoçar, jantar ou tomar café. E o pobre não pode participar do projeto de desenvolvimento do país", afirmou. Em seguida, Lula avisou que "este país chegará em 2015 cumprindo todas as metas do milênio estabelecidas pelas Nações Unidas."

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