O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que os problemas da economia não se resolvem por mágica e que os juros e o câmbio serão ajustados por suas próprias dinâmicas.
Após defender os indicadores econômicos do país, Lula disse que a economia está sólida e mostrou otimismo em relação aos juros e ao câmbio, apontados como entraves ao crescimento.
``Nós temos o juro ainda alto? Temos e ele vai começar a cair. Está caindo há nove meses consecutivos. Algumas pessoas se queixam do câmbio, mas o câmbio é móvel e, por isso, ele se mexe para cima ou para baixo. E eu não tenho dúvida nenhuma de que ele será ajustado no momento certo'', disse Lula a jornalistas depois de participar da cerimônia de início das operações do campo de gás de Manati, na Bahia.
Entre os críticos da política econômica e da alta taxa de juros está parte do PT, partido do presidente, que reúne o seu diretório nacional, no sábado, em Salvador.
``Eu acho que as críticas ajudam'', afirmou Lula. ``Pobre do governo que acha melhor um elogio mentiroso do que uma crítica sincera''.
Lula comentou que as críticas podem levar a mudanças, mas que elas se dão na medida do possível, sem criar transtornos ao país.
``Quando você governa, você faz aquilo que é possível fazer, na hora que você pode fazer, como você pode fazer. E, graças a Deus, tem dado certo (...) Pode melhorar? Pode, e para isso o povo nos elegeu por mais quatro anos'', disse Lula.
O presidente negou que vá ser o fiel da balança no encontro do PT e afirmou que o partido tem maturidade para discutir as questões nacionais. Lula ressaltou que o PT tem 27 anos de vida e é o partido que governa o país.
``No final (do encontro), vai ter um documento que será o documento do bom senso, o documento do possível, o documento da maturidade'', disse Lula, lembrando que o PT saiu fortalecido do processo eleitoral.
``O povo deu uma chance enorme ao PT de dizer: 'olha, tome juízo e seja o partido grande que nós queremos que você seja'. Eu acho que o PT está maduro para isso'', completou.