O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (16) que está atento em relação aos desdobramentos da crise na economia norte-americana, mas que os efeitos dela no Brasil podem ser "imperceptíveis".

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O nervosismo mundial com a crise nos Estados Unidos aumentou nesta segunda-feira (15) com o anúncio da quebra do banco de investimentos Lehman Brothers.

Segundo ele, nenhum economista com os quais ele conversa tem um quadro geral sobre a crise e que até agora o que ficou demonstrado é que o "cassino imobiliário era muito maior do que a gente podia imaginar". Ele falou sobre o tema pouco antes do almoço com o primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, no Palácio do Itamaraty.

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"É uma crise que nenhum economista, e eu converso com muitos economistas, tem ainda uma visão geral do que vai acontecer na crise americana. Eu tenho conversado com muitos presidentes, com muitos primeiros-ministros, ninguém tem clareza ainda porque todo dia nós temos uma surpresa. Significa que o cassino imobiliário era muito maior do que a gente podia imaginar", comentou.

Questionado sobre os efeitos da crise norte-americana no Brasil, o presidente se mostrou otimista em relação ao momento da economia nacional. "Ela pode atingir, mas atingirá o Brasil menos do que em qualquer outro momento. Muito menor [do que na década de 90]. Eu diria que quase imperceptível [o efeito]", afirmou.

Mais cedo, respodendo a jornalistas sobre a crise, Lula afirmou: "Pergunta para o Bush", fazendo referência ao presidente dos Estados Unidos.

Segundo ele, o crescimento do mercado interno vai continuar puxando a economia brasileira e isso pode ser a "tábua de salvação do Brasil". "É importante lembrar que hoje o que está puxando a economia brasileira é o forte crescimento do mercado interno, e nós vamos continuar fortalecendo o mercado interno, vamos continuar acreditando que o mercado interno pode ser a grande tábua [de salvação] para que o Brasil não tenha nenhum peso maior com a crise americana", argumentou.

Tranqüilidade

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O presidente listou os motivos para estar tranqüilo em relação à crise dos Estados Unidos. "O Brasil está em uma situação, eu diria, estável, porque o Brasil tem um colchão importante que são US$ 205 bilhões de reservas. O Brasil está em uma situação confortável porque nós não temos hoje uma economia dependente da balança comercial que tínhamos com os Estados Unidos há 20 anos. Nós tínhamos uma balança comercial que significava quase 30% com os Estados Unidos, hoje significa 15%. Ou seja, significa que a diversificação que fizemos na nossa balança comercial nos permitiu estar tranqüilos neste momento, tranqüilos porém atentos".

Segundo Lula, os efeitos para o Brasil virão em decorrência da recessão dos Estados Unidos, que deve afetar todo o mundo. Ele comemorou ainda que o sistema financeiro brasileiro não está envolvido com os papéis do mercado imobiliário norte-americano.

"Graças a Deus o sistema financeiro brasileiro não estava metido no subprime, até agora não há sinais disso e eu penso que os Estados Unidos precisa resolver esta crise, porque obviamente que tendo uma recessão nos Estados Unidos, muito profunda, essa recessão pode atingir o mundo inteiro", avaliou.

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