O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, há pouco, que a Petrobras deve obedecer o seu controlador, que é o governo federal, e, se não fizer isso, seus diretores podem ser demitidos pelo presidente da República. Durante o discurso no estaleiro Sermetal, no Caju, onde participou da assinatura dos contratos de encomenda de nove navios petroleiros, pela Transpetro, no valor de US$ 866 milhões, Lula destacou que a Petrobras deve se enquadrar na política de desenvolvimento do governo federal.
Segundo o presidente, a encomenda dos navios junto ao estaleiro Rio Naval é fundamental para a revitalização da indústria naval brasileira.
Referindo-se ao presidente da Transpetro, Sérgio Machado, Lula disse que "se, ao invés de contratar os navios junto à indústria nacional, a estatal fizesse a encomenda no exterior, ele seria demitido.
- Se o Sérgio visse falar para mim: "presidente Lula, vamos contratar os navios em Cingapura, que é mais barato", eu diria: "Sérgio, me desculpe, se despeça de mim e vá embora da Petrobras".
Durante o discurso pronunciado na solenidade realizada no estaleiro Sermetal, bastante aplaudido, o presidente destacou o surgimento da indústria naval brasileira como item importante de soberania. Segundo Lula, o país não deve ser subserviente, mas se impor como um país avançado, com recursos humanos e detentor de tecnologia.
Os noves navios contratados junto ao consórcio Rio Naval, nesta quarta-feira, são os primeiros a serem construídos no Estado do Rio nos últimos 20 anos. Faz parte do Programa de Modernização da Frota da Petrobras, que prevê a encomenda total de 44 navios petroleiros no país, dos quais 26 já foram realizadas as licitações.
Além desses noves navios, em fins de janeiro, foram encomendados outros dez petroleiros junto ao estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco.
O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, disse que, até o fim de maio, espera assinar o contrato com o estaleiro Mauá Jurong, também do Rio, para a encomenda de quatro navios petroleiros, no valor de US$ 277 milhões, e outros três navios junto ao Estaleiro Itajaí, em Santa Catarina.
As encomendas da Petrobras dos 13 navios petroleiros junto ao consórcio Rio Naval e ao estaleiro Mauá Jurong vão gerar cerca de 11 mil empregos diretos no Estado do Rio.