O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (22) que a eventual saída de empresas privadas do consórcio que arrematou o leilão de Belo Monte não vai impedir a construção da usina. Segundo ele, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), subsidiária da Eletrobrás, que tem 49,98% da participação no consórcio, vai construir a hidrelétrica sozinha se for preciso.

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"No leilão entrou quem quis e sai quem quer depois. Não tem nenhum cadeado fechando a porta. Tem várias portas. A única coisa que eu digo é o seguinte: nós, enquanto Estado brasileiro, enquanto empresa pública, faremos sozinho o que for necessário fazer", disse, após almoço no Itamaraty em recepção ao presidente do Líbano, Michel Sleiman.

O presidente fez ainda comentários sobre as críticas da imprensa a respeito do leilão. "Tivemos que derrotar tantas quantas liminares entraram na Justiça. Agora, o argumento dos contra é dizer que o preço foi barato. Eu achei fantástico. Nós fazemos leilão pra quê? Pra que a melhor oferta ganhe, e a melhor oferta é o preço de energia que vai chegar para o consumidor, ganhasse. De repente, a menor oferta ganha e as pessoas começam a dizer ‘mas foi oferecido por empresas pequenas, as grandes caíram fora’. Caíram fora porque quiseram. Disputa é disputa", afirmou.

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Após o leilão da usina, na terça-feira (20), algumas informações indicavam que a construtora Queiroz Galvão e a J. Malucelli pensavam em sair do consórcio vencedor, mas as empresas não confirmaram.

O Grupo J.Malucelli, um dos participantes do Consórcio Norte Energia, negou em nota oficial os rumores de que não teria interesse em continuar no empreendimento. Segundo a nota, o grupo possui "direcionamento estratégico" voltado ao Setor de Energia e Construção Civil. "Desta forma, a J.Malucelli Construtora está satisfeita com o resultado do leilão e também com a parceria estabelecida com os demais membros do Consórcio Norte Energia –, e não tem a intenção de sair do projeto", ratificou a nota.

A Queiroz Galvão não fez comentários sobre a possibilidade de desistência, que foi divulgada pelo presidente do consórcio, José Ailton de Lima, que também é diretor de engenharia e construção da Chesf.

Nesta quinta, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pelo leilão da hidrelétrica, informou que não recebeu nenhum tipo de notificação sobre um possível abandono das construtoras que fazem parte do consórcio vencedor.

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