O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta tarde que, se o governo avaliasse a necessidade de injeção de recursos para reduzir os impactos da crise financeira internacional, esse dinheiro seria enviado ao setor produtivo e não aos bancos.

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Em discurso no Natal da Vida e da Cidadania dos Catadores e da População em Situação de Rua, em São Paulo, Lula salientou que em apenas três meses, em todo o mundo, as bolsas de valores perderam US$ 31 trilhões e que a ajuda às instituições financeiras chegou a US$ 600 bilhões.

"Se tivesse jogado o dinheiro na produção, não teria desemprego. Aqui, não tivemos problemas com bancos e não vamos passar dinheiro a eles", afirmou. "Se tivermos que passar dinheiro, é para quem produz alguma coisa. Produz emprego, produção e salário", completou.

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Na avaliação de Lula, a opinião geral é de que a crise só poderia chegar ao Brasil por meio das exportações, já que a Europa e os Estados Unidos vêm diminuindo suas compras. "Até nisso somos melhores que os outros. Quando comecei a viajar, diversificamos o mercado", vangloriou-se.

Ele deu como exemplo o volume de exportações para a Argentina, que em 2003 era de US$ 9 bilhões e, atualmente, soma US$ 30 bilhões. "Somos um país que vai sofrer menos com a crise do que países que exportam mais para Europa e Estados Unidos", disse.

Lula voltou a dizer que o governo fará tudo o que for necessário para que o País saia da turbulência melhor do que entrou. "O País será protegido por 190 milhões de habitantes", argumentou ao lembrar que, ontem, em pronunciamento em cadeia de rádio e TV ele sugeriu que as pessoas continuassem a consumir com responsabilidade. Para Lula, os empresários que já começaram a demitir por causa da crise estão tomando uma atitude precipitada..