O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, após a reunião com os chefes de Estado de Argentina, Bolívia e Venezuela, ficou acertado que o Brasil discutirá a proposta de aumento dos preços do gás. A afirmação de Lula ocorre um dia depois da declaração do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, de que a estatal não aceitaria aumento dos valores do combustível importado da Bolívia.
- Nessa reunião, nós garantimos que haverá o suprimento aos países que necessitam de gás e que os preços serão discutidos da forma mais democrática possível entre as partes envolvidas´. É assim que se faz negociação entre dois países, que se respeita o direito - afirmou Lula em entrevista coletiva após o encontro com Evo Morales, da Bolívia, Néstor Kirchner, da Argentina, e Hugo Chávez, da Venezuela.
Morales, que também participou da entrevista coletiva foi evasivo ao não comentar a declaração, feita por ele antes da reunião, de que a Petrobras estaria chantageando o país ao anunciar o cancelamento de investimentos. O líder disse apenas que tem escutado notícias de que a companhia brasileira não investiria mais na Bolívia.
Já Lula se esquivou quando perguntado se a estatal brasileira suspenderia os investimentos e respondeu que caberá à Petrobras a decisão de continuar a investir na Bolívia ou não. Também na quarta-feira, o presidente da Petrobras descartou qualquer investimento futuro na Bolívia.
- Como empresa, ela (a Petrobras) investirá onde tiver possibilidade de investir e puder ter retorno de seus investimentos. Isso vale para a Petrobras ou qualquer outra empresa do mundo - disse Lula.
Lula disse ainda que reconhece os problemas da situação da Bolívia e disse que quer trabalhar junto com os outros três presidentes para elaborar projetos que ajudem a Bolívia. Segundo Lula, o que vai dar dimensão internacional aos quatro países é a unidade deles. Segundo ele, o Brasil nem os outros países querem hegemonia, mas sim parceria.
