O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, disse nesta terça-feira que as divergências comerciais com a Argentina, no nível técnico, foram esgotadas. Segundo ele, elas agora serão discutidas entre os líderes dos dois países. Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner têm uma reunião marcada para o dia 18 de novembro, em Brasília.
O governo argentino, no entanto, pediu na semana passada uma reunião urgente com o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, para discutir a decisão do governo brasileiro de colocar licenças não automáticas para a importação de produtos da Argentina. "O ministro disse que a conversa agora será entre os presidentes", contou Barral.
A decisão brasileira foi um endurecimento nas relações bilaterais. Há mais de um ano, o Brasil tenta reverter as barreiras impostas aos produtos brasileiros pelo país vizinho. O ministério do Desenvolvimento informou que cerca de 15 produtos argentinos foram colocados em licença não automática, o que significa que a importação pode levar até 60 dias. No entanto, fontes do governo argentino têm informado que as licenças não automáticas do Brasil alcançam 19 produtos, que representam 9% das exportações daquele país para o mercado brasileiro.
Com a medida, o governo brasileiro espera forçar o parceiro comercial a rever suas decisões. Mais de 400 produtos brasileiros precisam aguardar autorização para entrar na Argentina. O Brasil também acusa o governo argentino de não cumprir o prazo da Organização Mundial do Comércio (OMC), de 60 dias, para liberar as guias de importação.
- Empresas pedem recriação do Mercosul como área de livre comércio
- Produto argentino começa a ser liberado na fronteira
- Brasil buscará mais trigo fora do Mercosul em 2010
- Miguel Jorge nega retaliação a produtos argentinos
- Bovespa incentiva queda do dólar abaixo de R$1,75
- Vale pretende emitir bônus de 30 anos no mercado global