A presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), saiu em defesa da política econômica do governo do presidente Lula (PT) contra as críticas advindas do mercado depois do anúncio do pacote de medidas para corte de gastos.
Gleisi fez uma publicação em suas redes sociais, nesta segunda-feira (2), criticando declarações do economista Marcos Lisboa dadas à Folha de São Paulo, no domingo (1º).
De acordo com o economista, o governo não entregou solidez fiscal e os investidores estão desistindo do Brasil. Na visão de Lisboa, ao incluir no pacote a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, o governo tentou criar uma “luta entre o bem e o mal”.
“Se os investidores estivessem desistindo do Brasil, como disse Marcos Lisboa à Folha, o país não teria sido o segundo maior destino global de investimento externo direto este ano (U$ 34 bi só no primeiro trimestre), a Bolsa de São Paulo não teria batido seu recorde histórico de 136 mil pontos apenas três meses atrás e o PIB não estaria crescendo mais do que o dobro do que os ridículos 1,5% previstos na pesquisa Focus de janeiro”, disse Gleisi.
“Se o governo Lula não tivesse compromisso com o equilíbrio fiscal, como ele afirmou, o déficit primário não teria caído 9,1% nos primeiros 8 meses do ano. Estes e outros resultados positivos da economia real, como o crescimento de emprego, salário e renda, seriam ainda melhores se o BC não estrangulasse a economia com a maior taxa de juros reais do planeta”, continuou a petista.
"Autoboicote"
Ao analisar o pacote anunciado pela equipe econômica, Lisboa disse que o governo promove um “autoboicote” com medidas que não garantem tranquilidade no futuro.
“O verdadeiro boicote ao país, professor Lisboa, não é isentar do IR quem ganha menos, cobrando mais de quem ganha muito e paga pouco, com neutralidade fiscal que qualquer um pode compreender. Boicote é falsear a realidade, mentir e alimentar a especulação com o câmbio e os juros, como fazem os ‘especialistas’ na mídia”, escreveu Gleisi.
“Lula está certo e tem compromisso com o país, não com os interesses da Faria Lima”, completou.
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