A Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) se realiza em momento grave, afirmou nesta terça-feira (23) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao abrir o 63º debate da ONU, em Nova York. "A crise financeira é dura realidade. A euforia dos especuladores transformou-se em angústia dos povos após a sucessão de naufrágios financeiros que ameaçam a economia mundial", acrescentou.
Em clara referência ao pacote de socorro implementado pelo governo norte-americano, o presidente observou que as "indispensáveis intervenções" realizadas pelo Estado mostram que "é chegada hora da política". "Somente ação determinada dos governantes, em especial de países que estão no centro da crise, será capaz de combater a desordem que se instalou nas finanças internacionais, com efeitos perversos na vida cotidiana de milhões de pessoas".
Lula criticou que a ausência de regras "favorece os aventureiros e oportunistas", em prejuízo das verdadeiras empresas e dos trabalhadores". "É inadmissível, dizia o grande economista Celso Furtado, que os lucros dos especuladores sejam sempre privatizados e suas perdas invariavelmente socializadas", emendou.