O primeiro petróleo da camada pré-sal do campo de Tupi, na bacia de Santos, será retirado no dia 1º de maio, afirmou na sexta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A cerimônia, cercada de simbolismo como o batismo da plataforma com o nome de São Vicente, primeira cidade fundada no país, também foi agendada para uma data simbólica: o Dia do Trabalhador.
No dia 2 de setembro a Petrobras iniciou a produção do primeiro óleo da camada pré-sal no campo de Jubarte, na Bacia de Campos, no litoral sul do Espírito Santo, estimando uma produção de 18 mil barris/dia.
"É muito importante o que vai acontecer, é que nós vamos tirar os primeiros barris de petróleo a 6 mil metros de profundidade. Não é pouca coisa", afirmou o presidente em discurso durante inauguração da segunda fase da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, em Linhares (ES).
A produção inicial de Tupi será de 15 mil barris por dia (b/d), mas a previsão é de que suba para 30 mil b/d no auge do teste. Em 2010 está prevista a instalação do plano piloto, que vai produzir 100 mil b/d no campo.
"Nós vamos fazer essa inauguração de Tupi. E, possivelmente, neste momento em que o mundo está em crise, talvez a Petrobras seja a empresa de petróleo no mundo que mais está investindo", acrescentou.
Em janeiro, a Petrobras anunciou que vai investir 174,4 bilhões de dólares nos próximos cinco anos, montante maior do que a programa pela gigante Shell.
Bolívia
O presidente também comentou a recente crise entre o Brasil e a Bolívia causada pela nacionalização dos recursos naturais anunciada pelo país vizinho. Lula disse que, apesar das críticas dos brasileiros "mais conservadores" e de ter ficado com "pena" da Petrobras, compreendeu a "justeza" da medida e reconheceu o direito da Bolívia de nacionalizar o seu gás natural.
Por outro lado, Lula contou que mostrou ao presidente boliviano, Evo Morales, que a Bolívia não teria a quem mais vender seu gás natural senão ao Brasil.
"Hoje, parece que a relação está 100 por cento boa. A Petrobras continua produzindo, continua pesquisando, continua investindo", comentou.
Lula destacou, entretanto, que quando o Brasil obtiver a autosuficiência em gás natural liberará a Bolívia para vender o produto para outros países.
"Lógico que o Brasil vai comprar também porque, estrategicamente, é importante o Brasil ajudar a Bolívia a se desenvolver. Não interessa ao Brasil crescer cercado por pobres", destacou.
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