O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (27) que o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, é um “menino de ouro” e tem “todas as condições” de presidir a instituição. O diretor é visto como o favorito para substituir o atual chefe do BC, Roberto Campos Neto, no cargo.
Apesar dos elogios, o petista disse que ainda não bateu o martelo sobre a indicação. Campos Neto, alvo de críticas recorrentes de Lula, foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2021 e terminará seu mandato no final deste ano.
"O Galípolo é um menino de ouro. Se tem um menino de ouro é Galípolo. Competentíssimo, de uma honestidade ímpar. Obviamente ele tem todas as condições para ser presidente do Banco Central. Mas nunca conversei com ele, nunca falei com ele [sobre isso]", disse Lula em entrevista à rádio Itatiaia, em Minas Gerais.
O mandatário descartou a possibilidade de antecipar a indicação. Ele afirmou que vai conversar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), antes de decidir o nome do sucessor de Campos Neto. O Senado precisa aprovar a indicação.
Pacheco participa da agenda oficial do petista em Minas. "Vou indicar uma pessoa que primeiro entenda de política monetária. Segundo, que seja uma pessoa que goste e tenha compromisso com o Brasil”, indicou o chefe do Executivo.
Lula diz ser "absurdo" governar por 2 anos com o indicado de Bolsonaro no comando do BC
Lula disse que Campos Neto seguiu um "caminho equivocado" na condução da autoridade monetária. Além disso, ele classificou como um “absurdo” ter que presidir o país por dois anos tendo um indicado de Bolsonaro no comando do BC.
"O Banco Central tem autonomia, o cidadão [Campos Neto] tem mandato. Veja que absurdo, eu ganhei as eleições para presidente da República e vou ficar dois anos com um presidente do BC indicado pelo adversário, que pensa ideologicamente diferente de mim, que pensa economicamente diferente de mim", afirmou Lula.
E antes dele sair, vai apresentar a estratégia para o ano seguinte, ou seja, vai tentar apresentar as coisas para 2025. Significa que vou ter o presidente do Banco Central quando terminar o meu mandato. Isso não é correto”, acrescentou.
As críticas de Lula a Campos Neto se intensificaram após o Comitê de Política Monetária (Copom) interromper o ciclo de cortes na taxa básica de juros no último dia 19. Com voto de Galípolo, o colegiado manteve, por unanimidade, a Selic em 10,50%. O presidente do BC afirmou que a decisão foi "técnica".
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