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Avaliação

Mercado financeiro eleva reprovação ao governo Lula e piora desempenho de Haddad

Lula e Haddad
Executivos e bancos e corretoras são céticos em relação às medidas econômicas adotadas por Lula e Haddad para o país. (Foto: André Borges/EFE)

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A condução da política econômica pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve um aumento na avaliação negativa de acordo com uma novada da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta (22). Segundo executivos de bancos e corretoras ouvidos pelo instituto, o petista tem uma reprovação de 52% dos entrevistados, ante 47% do levantamento anterior, apurado em setembro.

A pesquisa ouviu 100 profissionais das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro entre os dias 16 e 21 de novembro.

Já a avaliação regular caiu de 41% para 39%, e a positiva de 12% para 9%. Os resultados apontam uma tendência de pessimismo com relação às medidas econômicas que vêm sendo adotadas pelo governo e a dificuldade de fazer passar com menos modificações muitos dos projetos para aumentar a arrecadação e cumprir a promessa de zerar o déficit fiscal em 2024.

Isso se reflete na percepção sobre o desempenho do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, que teve uma aprovação reduzida de 46% para 43%. Ele era considerado, até então, como um dos principais articuladores do governo no Congresso, e ficou exposto a críticas após declarações de Lula sobre a meta fiscal.

A maioria dos executivos (80%) avalia que o governo não conseguirá cumprir a promessa e que a meta deve ser alterada de 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto) para até 1%. Apenas 20% acreditam que as contas vão atingir o equilíbrio em 2024.

Haddad vem sendo cobrado para fazer as medidas econômicas passarem no Congresso, como os projetos que tributam as empresas offshores, os fundos exclusivos, os Juros sobre Capital Próprio (JCP), as apostas online e as subvenções nos estados. Pela manhã, ele disse que a aprovação de “tudo é imprescindível, de verdade”, em entrevista à GloboNews.

“Não posso [perder nenhuma das batalhas], as pessoas não tem noção”, afirmou.

A maioria dos entrevistados pela pesquisa aponta, ainda, que o projeto da reforma tributária sofreu alterações no Senado que pioraram o texto original (73%), enquanto que apenas 27% acreditam que a proposta teve um aprimoramento. A percepção é semelhante a de analistas econômicos e do próprio governo, principalmente pela quantidade de exceções aceitas pelos senadores e que deve elevar a alíquota média do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) para 27,5%, uma das mais altas do mundo.

Para 63% dos entrevistados, o texto não é claro sobre as escolhas tributárias feitas pelo governo e pelos congressistas. Outros 16% afirmam temer um aumento da carga tributária no setor de serviços, 11% nos preços da gasolina e do petróleo, e 5% no Fundo de Desenvolvimento Regional – instrumento para compensar a perda de arrecadação do ICMS dos estados – e a centralização da gestão dos tributos pela União.

Apesar de criticarem o texto do projeto que voltou à Câmara, 74% acreditam que o sistema tributário brasileiro será melhorado com a reforma – 14% veem retrocesso e 12% não enxergam alterações. A avaliação média ficou em 5,3.

A maioria dos executivos acredita que a Câmara vai concluir a votação da reforma tributária e promulgar ainda neste ano (68%), enquanto que 23% não acreditam nessa possibilidade.

Quanto às medidas anunciadas para aumentar a arrecadação em 2024, a pesquisa revela que apenas 36% veem alta probabilidade de aprovação da tributação das grandes empresas beneficiadas por incentivos fiscais estaduais (subvenção de ICMS), principal aposta de Haddad para impulsionar as receitas.

A taxação dos fundos de alta renda é vista como mais provável, com 88% dos entrevistados acreditando na aprovação para fundos exclusivos, e 86% para fundos de investimento no exterior.

O ceticismo em relação à capacidade do governo de avançar com sua agenda econômica no Congresso também aumentou ligeiramente entre setembro e novembro. Aqueles que consideram a capacidade de aprovação do governo como baixa aumentaram de 27% para 29%, enquanto os que veem a capacidade como alta diminuíram de 20% para 18%. A avaliação de que a capacidade é regular permaneceu em 53%.

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