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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao ministro Fernando Haddad, da Fazenda, que “não vá atrás” de políticas econômicas que estão sendo implementadas pelos países vizinhos da América do Sul. A afirmação foi dada durante a live semanal “Conversa com o Presidente” desta terça (21), em que comentava as viagens do correligionário petista para conversar com pares no exterior.
Foi também uma crítica velada ao presidente eleito da Argentina, Javier Milei, que propõe medidas liberais para a economia, como a redução do tamanho do Estado através de privatizações, fechamento do Banco Central, dolarização da moeda, críticas ao Mercosul, entre outras. Lula era simpatizante de Sergio Massa, candidato governista que perdeu a eleição e vai deixar o governo argentino com uma inflação que beira os 140% em 12 meses.
Lula disse durante a live que o Brasil “não era convidado nem pra visitar cemitério em dia de Finados”, e que conseguiu colocar “num padrão de país civilizado” por conta das medidas econômicas que tomou com Haddad desde que assumiu a presidência, em janeiro. A declaração ocorreu momentos depois de atacar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por conta dos auxílios e benefícios concedidos em 2022 para ajudar a aquecer a economia brasileira.
“O Haddad visita os países, vai debater a economia, não apenas com as pessoas que ele concorda. Se fosse assim ele ficava em São Paulo, pegava o Guido Mantega, os amigos dele da universidade, e ficava discutindo. Não. Ele viaja o mundo para discutir experiências, só espero que não vá atrás dessa nova experiência que surgiu aqui no continente. Só espero”, disse Lula (veja trecho).
Haddad não comentou a fala do presidente. Na segunda (20), um dia depois da vitória de Milei, o ministro apenas desejou “sorte” ao novo presidente e evitou dar alguma declaração sobre como deve ficar a relação comercial entre o Brasil e a Argentina daqui para a frente, afirmando que é preciso esperar para ver o que vai acontecer.
Entre os principais pontos de interesse do governo brasileiro está a manutenção e a ampliação das relações bilaterais entre os dois países, já que a Argentina e o Brasil são os maiores compradores e vendedores um do outro no continente.
Para a economia brasileira, os argentinos são o terceiro maior parceiro comercial do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Milei, no entanto, defende uma ampliação das relações comerciais da Argentina com outros países além de Brasil e China, e chegou a defender a saída do país do Mercosul durante a campanha eleitoral.