A balança comercial brasileira, a expansão do mercado interno e as reservas internacionais permitem ao governo "ficar tranqüilo, porém atento," diante da crise financeira desencadeada nos Estados Unidos, sustentou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele avaliou que o impacto de uma eventual recessão americana sobre a economia do Brasil será "muito menor, quase imperceptível", em comparação com os efeitos das crises que assolaram os países em desenvolvimento nos anos 90.
O presidente volta a se reunir hoje com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para continuar avaliando a situação da crise econômica. Segundo um ministro que participou da reunião de coordenação política, Lula quer acompanhar passo-a-passo o desenrolar da crise porque, de acordo com a análise feita durante o encontro, não se tem uma avaliação exata da profundidade e duração da crise. Ainda de acordo com esse ministro, tanto o presidente como Mantega ressaltaram que o país está numa situação confortável uma vez que o sistema financeiro não foi contaminado pela crise, a exemplo do que ocorreu nos países europeus. Além disso, destacaram que a inflação está sob controle assim como a situação fiscal, e o comércio está diversificado. "Não estamos agarrados a nenhum país", afirmou. A avaliação, conforme o ministro, é de que a economia brasileira vai continuar crescendo. O presidente reiterou, porém, que a situação exige atenção das autoridades brasileiras. Na reunião de ontem, não se avaliou a decisão da última reunião do Copom, que elevou a taxa Selic para 13,75% ao ano. O presidente e ministros teriam adiantado, porém, que o crescimento do país em 2009 poderá ser menor. O ritmo do crescimento, no entanto, poderá se retomado em 2010. A avaliação feita nesse encontro foi de que a redução no ritmo do crescimento em 2009 é decorrente das "pequenas pisadas no freio" determinadas na economia este ano. A vantagem para o Brasil, apontada na reunião, é que o investimento no país vem crescendo o dobro do aumento da demanda, o que é um fator de tranqüilidade.