O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou para esta terça (5) mais alguns ministros para discutir como será o pacote de corte de gastos que será apresentado ainda nesta semana pelo governo. Será a continuação das negociações fora da agenda oficial que tiveram, na segunda (4), encontros com Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Nísia Trindade (Saúde) e Camilo Santana (Educação).
Os três foram chamados por Lula após uma reunião com Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviço Público), além de secretários da equipe econômica.
“O Ministério da Fazenda informa que na reunião desta segunda-feira (4), o quadro fiscal do país foi apresentado e compreendido, assim como as propostas em discussão. Nesta terça (5), outros ministérios serão chamados pela Casa Civil para que também possam opinar e contribuir no âmbito das mesmas informações”, disse a Fazenda em nota à noite.
Para esta terça (5), a agenda oficial de Lula apresenta pelo menos cinco reuniões com ministros e secretários para avançar no pacote de cortes, entre eles com o titular da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, responsável por acompanhar a gestão dos recursos públicos.
Também estão previstas mais reuniões com os órgãos diretamente envolvidos na elaboração do pacote de corte de gastos, como Rui Costa e Miriam Belchior, da Casa Civil; Alexandre Padilha, das Relações Institucionais e articulador oficial do governo com o Congresso, e novamente com Esther Dweck.
A expectativa é de que o anúncio ocorra ainda nesta semana, segundo adiantou Haddad na segunda (4). “Eu penso que nós estamos na reta final”, disse a jornalistas.
Há a preocupação, no entanto, em como alguns ministros vão receber o corte nas suas pastas. Na semana passada, Marinho ameaçou pedir demissão se o governo mexesse em recursos do Trabalho e Emprego, como o seguro-desemprego, o abono salarial e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Mais recentemente, o ministro José Múcio Monteiro, da Defesa, pediu a Lula mais recursos para as Forças Armadas, e o general Tomás Ribeiro Paiva, comandante-geral do Exército, explicitou em um discurso a “imperiosa necessidade” de mais equipamentos, como helicópteros, blindados e mísseis.
Haddad chegou a cancelar uma viagem que faria à Europa nesta semana para acelerar a elaboração do pacote a pedido de Lula após o dólar disparar na última sexta (31), quando alcançou R$ 5,87 devido às incertezas do mercado com os rumos da economia brasileira.
Após sinalizar o anúncio do pacote para ainda nesta semana, a moeda reduziu para R$ 5,78.
O governo está pressionado também nesta semana pela próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, marcada para terça (5) e quarta (6), que deve elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual – atualmente está em 10,75%.
Governo promete reforma, mas evita falar em corte de gastos com servidores
Bolsonaro chora e apoiadores traçam estratégia contra Alexandre de Moraes; acompanhe o Entrelinhas
“Vamos falar quando tudo acabar” diz Tomás Paiva sobre operação “Contragolpe”
Brasil tem portas fechadas em comissão da OEA para denunciar abusos do STF
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast