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O giro do ministro da Fazenda Fernando Haddad por Paris, Londres, Berlim e Bruxelas não vai mais acontecer. Programada para começar na segunda-feira (4) e terminar no sábado (9), a viagem foi adiada a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação foi divulgada na manhã deste domingo (3) pela Assessoria Especial de Comunicação Social do Ministério da Fazenda.
"A pedido do presidente Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estará em Brasília ao longo da próxima semana, dedicado aos temas domésticos. Por essa razão, a viagem à Europa, prevista para segunda-feira (4), não será realizada neste momento. A agenda em questão será retomada oportunamente", diz a nota.
A viagem aconteceria num momento de alta histórica do dólar. A moeda americana fechou a semana cotada em R$ 5,87, maior nível desde maio de 2020. O dólar turismo já vem sendo vendido a R$ 6,08. Sendo assim, a decisão de manter o ministro no país durante a semana soa como uma sinalização ao mercado, que dava sinais de insatisfação com a viagem para a Europa de Haddad num período de incertezas.
Na última terça-feira (29), o ministro da Fazenda declarou que não havia prazo para divulgação de medidas voltadas ao corte de gastos públicos. Após a declaração, o dólar iniciou uma subida que terminou com a cotação de R$ 5,87 de sexta-feira. Em uma semana, a alta acumulada do dólar foi de 2,9%.
Analistas atribuem essa alta à condução fiscal do país, uma vez que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem relutando em cortar gastos. Parlamentares da oposição passaram os últimos dias reclamando da viagem de Haddad, como se o ministro estivesse fazendo vistas grossas para a inquietação do mercado.