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Cúpula

Lula pede “nova ordem econômica” na ONU

Nova Iorque - Nos debates da Assembleia Geral das Nações Unidas, que representa 192 países, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou a importância de uma ação conjunta, ou "além de fronteiras", para lidar com os principais temas da agenda econômica mundial e da mudança de clima no globo. "Não tenho a ilusão de que poderemos resolver nossos problemas sozinhos, apenas no espaço nacional. A economia mundial é interdependente. Estamos todos obrigados a atuar além de nossas fronteiras. Por isso, é imprescindível refundar a ordem econômica mundial", afirmou.

O presidente brasileiro citou, em particular, três questões que considera cruciais e interligadas. "A persistência da crise econômica, a ausência de uma governança mundial estável e democrática e os riscos que a mudança climática traz para todos nós", foram os temas enumerados.

Os três temas têm um denominador comum, segundo Lula, e a abordagem deles é a forma para "reparar tantas injustiças e de prevenir novas tragédias coletivas. Não basta remover os escombros do modelo que fracassou, é preciso completar o parto do futuro", afirmou o presidente.

Do lado da economia, nas reuniões do G-20 e em outros encontros com diferentes lideranças mundiais, Lula lembrou que tem insistido na "necessidade de irrigar a economia mundial com importantes créditos". "Tenho defendido a regulação financeira, a generalização de políticas anticíclicas, o fim do protecionismo, o combate aos paraísos fiscais", completou.

Quanto a uma governança estável, o presidente brasileiro disse que "não é possível que, passados 65 anos, o mundo continue a ser regido pelas mesmas normas e valores dominantes quando da conferência de Bretton Woods. Não é possível que as Nações Unidas, e seu Conselho de Segurança, sejam regidos pelos mesmos parâmetros que se seguiram à Segunda Guerra Mundial."

Na arena climática, Lula reiterou o que disse em jantar realizado na terça-feira, na ONU, afirmando que o país "está cumprindo a sua parte. Vamos chegar a Copenhague com alternativas e compromissos precisos", afirmou. Ele compara que a matriz energética brasileira é uma das mais limpas do planeta, citando que 45% da energia consumida no país é renovável. "No resto do mundo apenas 12% é renovável, enquanto que nos países da OCDE essa proporção não supera 5%. Oitenta por cento de nossa eletricidade provém igualmente de fontes renováveis", acrescentou.

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