O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai telefonar nesta tarde para o presidente da Embraer, Frederico Curado, para pedir que a empresa negocie com o sindicato dos trabalhadores a questão das demissões dos 4.270 funcionários. O compromisso foi assumido pelo próprio presidente, no encontro do início desta tarde, no Palácio do Planalto, com um grupo de sindicalistas.

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Lula, segundo Luiz Carlos Prates, da Frente Sindical Conlutas, disse que a negociação tem de ocorrer ainda nesta quarta-feira (4), antes da audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas (SP), marcada para quinta-feira (5).

No encontro com os sindicalistas, Lula disse que está avaliando medidas para incrementar e incentivar a aviação regional e, com isso, aumentar as demandas da Embraer. O presidente disse que se reunirá ainda nesta quarta-feira com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e outros representantes do governo para discutir medidas para os setor. Mas até o momento esse encontro não foi confirmado pelo Palácio do Planalto.

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O presidente, segundo relato dos participantes, se comprometeu a se empenhar para que a Força Aérea Brasileira adquira uma aeronave que está sendo elaborada pela Embraer, a C-390, para substituir o avião Hércules, usado atualmente pelos militares, e com isso ajudar a empresa a sair das dificuldades.

No encontro, os sindicalistas disseram para o presidente que a Embraer, só este ano, recebeu encomenda de 242 aeronaves e que no ano passado o número não passou de 204 encomendas. Lula teria demonstrado surpresa. Isto porque, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Adilson dos Santos, o presidente da Embraer, Frederico Curado, numa reunião que teve com o presidente Lula, no mês passado, disse que a empresa teve o cancelamento de 30% das encomendas.

Lula se comprometeu a telefonar para a Embraer ainda hoje e depois ligar para o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos, para relatar o que a empresa disse.

Durante o encontro, alguns demitidos puderam conversar com o presidente. Foi o caso do mecânico Juliano Oliveira, demitido no dia 26 de fevereiro, depois do retorno das férias. "O presidente disse que vai tentar uma negociação com a Embraer. A gente esperava uma medida mais imediata, mas foi que a gente conseguiu", disse Juliano.

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