O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (23) que o programa nacional do biodiesel não pode ficar dependente da soja e cobrou da Petrobras e do governo estímulos à produção sobre o combustível a partir de outras oleaginosas. "Não temos direito de ficar dependente da soja. Porque a soja é alimento. Temos de estimular novas oleaginosas para diversificar a produção", afirmou o presidente.
Ele cobrou da Petrobras Biocombustíveis que "assuma" a tarefa de diversificar a produção de biodiesel. Lula lembrou que se, por exemplo, o preço da soja subir muito por causa da demanda externa, pode haver problemas para o fornecimento do grão para a produção de biodiesel. "Uma vez dentro da matriz energética, o biodiesel não pode faltar", disse.
O presidente acrescentou que no futuro a mistura de biodiesel ao diesel poderá chegar a até 20%. Lula participou hoje de ato para ratificar decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que antecipa de 2013 para janeiro de 2010 o início da obrigatoriedade da mistura de 5% de biodiesel ao diesel, conhecido por B5 na área técnica.
Lula voltou a enaltecer o seu governo por ter iniciado a mistura do biodiesel ao diesel e lembrou que o biocombustível foi patenteado em 1975 e somente em 2003 o governo começou o processo de sua inclusão na matriz energética. "Perdemos 28 anos. Essa decisão de usar o biodiesel deveria ter sido concomitante à introdução do etanol na matriz energética", disse.
O governo estima que com 5% da mistura do biodiesel ao diesel o Brasil será o segundo maior produtor mundial de biocombustíveis, atrás apenas da Alemanha. "E isso porque em 2003, quando começamos, a Alemanha já tinha um histórico de 15 anos com o biodiesel", completou a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que participou hoje da solenidade no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), sede provisória da Presidência da República. O evento foi fechado à imprensa mas os jornalistas puderam acompanhar o áudio da reunião em uma outra sala.