O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado que pretende falar com o presidente chinês e com o primeiro-ministro indiano na tentativa de retomar as negociações de comércio global da Rodada de Doha, de acordo com a Agência Brasil.
Lula, que conversou neste sábado por telefone com o presidente norte-americano, George W. Bush, disse que o processo de retomada poderia demorar até dois meses, informou a Agência Brasil.
Lula pretende discutir o assunto com o presidente da China, Hu Jintao, durante sua visita ao país, que celebra a abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim na próxima sexta-feira.
Ainda de acordo com a agência oficial de notícias, Lula afirmou que, depois de falar com Hu, irá entrar em contato por telefone com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh. Se necessário, também irá procurar o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.
"Aconteceu uma certa anormalidade na minha opinião na Rodada de Doha. Nós estivemos tão próximos de fazer um acordo e ele não aconteceu por coisas menores", disse Lula no sábado, em evento no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
Na última terça-feira, a tentativa de concretizar um acordo de livre-comércio mundial fracassou em Genebra diante de um impasse entre Estados Unidos e Índia.
Os dois países discordaram sobre uma proposta que previa a proteção de pequenos agricultores no caso de um grande fluxo de importações.
"Eu disse ao presidente Bush que não é possível que a gente morra na praia depois de tanto trabalho, depois de tanta reunião e de tanta negociação. Acho que, se resolver o problema entre Índia e Estados Unidos, penso que se firma um acordo."
De acordo com a Casa Branca, Bush conversou com Lula por telefone e expressou frustração em relação ao colapso das negociações. Bush reafirmou o compromisso de buscar a consolidação de um acordo.
Lula afirmou acreditar na conclusão da Rodada de Doha após as eleições norte-americanas e indianas.
Ministros de 35 países-membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) chegaram a concordar com até 85 por cento das propostas preliminares de um acordo sobre o comércio de bens agrícolas e industriais.
Mas as diferenças entre países ricos e pobres em relação ao restante das diretivas foram muito grandes para se chegar a um consenso.