Paulínia O presidente Luiz Inácio Lula da Silva traçou nesta sexta-feira uma estimativa otimista para a economia nos próximos quatro anos, dizendo que, pelo menos em tese, os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) poderão atingir a escala de R$ 1 trilhão, em quatro anos, caso os empresários sejam induzidos a aplicar recursos no país acompanhando os investimentos públicos.
"Estamos numa situação econômica na qual podemos anunciar à população brasileira o PAC, com praticamente R$ 504 bilhões de investimentos em quatro anos. Se for verdade a teoria de que, para cada R$ 1 que o governo e empresa pública colocarem, a iniciativa privada coloca R$ 1, significa que, na teoria, poderemos chegar a R$ 1 trilhão de investimentos nos próximos anos", afirmou, ao participar do lançamento da pedra fundamental para a construção da Petroquímica Paulínia (PPSA), no município de Paulínia, cerca de 120 quilômetros de São Paulo .
Lula prometeu acompanhar pessoalmente e cotidianamente a execução de todos os projetos inseridos no PAC, viajando pelo país "mais do que em qualquer outro momento". "Aprendi nos quatro primeiros anos de governo que, se o presidente da República não tomar conta do rebanho, ele (o presidente) pode ver o gado se perder nesse imenso território de 8 milhões de metros quadrados", justificou.
Atrasos
Na avaliação do presidente, vários projetos são interrompidos ou atrasados por "nuances jurídicas" e problemas ambientais, devido ao envolvimento dos mais diversos órgãos governamentais. Por isso, reiterou que todos os projetos listados no PAC terão prioridade para conclusão, com retirada de qualquer tipo de entrave.
Ao defender o PAC, Lula enfatizou que a unidade a ser construída em Paulínia, uma associação entre Petrobrás e Braskem e que terá investimentos da ordem de US$ 300 milhões para a produção de polipropileno, deve ser considerada prioritária, bem como todos os demais investimentos na cadeia petroquímica, por ser um setor de base e com demanda crescente no país.
A petroquímica deve registrar faturamento médio anual de US$ 300 milhões, dos quais US$ 41 milhões referentes a exportações. A unidade, que vai produzir até 350 mil toneladas de polipropileno por ano, entra em operação em março do ano que vem e deve destinar entre 20% e 25% de sua produção para o mercado internacional.
Localização
De acordo com o presidente do conselho da petroquímica, uma joint venture entre Braskem e Petroquisa, Luiz de Mendonça, a localização da planta, junto à Refinaria de Paulínia (Replan), vai beneficiar o atendimento do mercado da Região Sudeste, responsável por 60% do consumo de polipropileno (PP) na América Latina. "A Petroquímica Paulínia representa ainda um novo modelo de joint venture, com a participação dos sócios na cadeia do negócio. Isso confere vantagens competitivas ao projeto", acrescentou Mendonça.
A Petrobrás fornecerá o propeno utilizado na produção da resina termoplástica a partir da Replan e da Revap, em São José dos Campos. Segundo o diretor-superintendente da PPSA, Guilherme Guaragna, cerca de 75% da matéria-prima será proveniente da refinaria de Paulínia. A Braskem, por sua vez, que detém participação de 50% na joint venture, utilizará sua estrutura de vendas para colocar o produto da nova petroquímica.