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Investimento

Lula quer popularizar venda de títulos públicos

Brasília (AE) – Alheio à crise política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu ontem um espaço na sua agenda e inaugurou o estilo "talk show" para se informar sobre uma modalidade de aplicação financeira não muito popular: o chamado Tesouro Direto. Trata-se da possibilidade de compra de títulos do Tesouro por meio da internet, que alcançou neste mês a marca dos R$ 1 bilhão em operações desde que foi criado, em 2002.

Numa seqüência de perguntas e repostas, Lula conversou com o secretário do Tesouro, Joaquim Levy, e aproveitou para fazer propaganda e incentivar os brasileiros a comprar títulos da dívida interna. Lula cobrou do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, recursos para que o governo lance uma campanha de publicidade de divulgação do programa. O presidente recomendou que a propaganda incentive os pais a comprar títulos com prazo de 20 anos para os seus filhos.

"Pode ser um boa coisa (o programa) para os pequenos poupadores. Os grandes já sabem como fazer. Pode ser algo surpreendente para que o povo guarde o seu dinheiro e faça o investimento com toda garantia", disse o presidente. A apresentação na forma de entrevista foi aberta à imprensa.

Descontraído, o presidente disse que a expansão do programa para todos os brasileiros tornará a dívida pública menos vulnerável às oscilações do mercado. Lula disse achar possível que um dia metade dos títulos da dívida – hoje em R$ 915,67 bilhões – seja vendida pelo Tesouro Direto. Hoje, a maior parte dos papéis da dívida é comprada pelos bancos para compor a carteira dos seus fundos de investimento.

"Quem sabe um dia um seringueiro, ao vender a sua borracha no Acre, compre títulos de cinco anos. Vamos estar mais garantidos do que ficar apenas na mão do curto prazo, como estamos hoje", disse ele, numa referência ao fato de que os bancos têm preferido papéis com prazo de vencimento mais curto e os compradores do Tesouro apostam em prazo mais longos.

Como entrevistado, o secretário do Tesouro respondeu a quatro perguntas do presidente, inclusive uma sobre o risco de o Tesouro Direto comprometer os recursos aplicados na poupança. Levy disse que não há esse risco e o Tesouro Direto é uma aplicação que concorre mais com os fundos de investimentos.

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