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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugeriu que deputados e senadores reduzam emendas parlamentares e que empresários “que vivem de subsídio” abram mão de recursos para colaborar com o equilíbrio da economia. A declaração foi feita durante entrevista à RedeTV gravada na quarta-feira (6) e ocorre em meio aos debates sobre uma proposta de corte de gastos que deve ser enviada ao Congresso.
Em uma pergunta retórica, Lula questionou se os parlamentares vão se dispor a reduzir o valor das emendas para “contribuir com o ajuste fiscal”. “A pergunta que eu faço é a seguinte: o Congresso vai aceitar reduzir as emendas de deputados e senadores para contribuir com o ajuste fiscal que eu vou fazer? Porque não é só retirar do orçamento do governo”, disse o petista.
Lula também sugeriu que os cortes prejudicam os pobres. "Acontece que nós não podemos mais jogar, toda vez que você tem que cortar alguma coisa, em cima do ombro das pessoas mais necessitadas", disse o presidente.
O presidente também mencionou os empresários “que vivem de subsídio do governo” como possíveis voluntários na busca pelo equilíbrio nas contas. “Os empresários que vivem do subsídio do governo, vão aceitar abrir mão, um pouco de subsídio, pra gente poder equilibrar a economia brasileira? Eu não sei se vão aceitar”, disse Lula na entrevista.
Lula falou também sobre a “gana especulativa do mercado”. “Conheço a gana especulativa do mercado. E eu, às vezes, acho que o mercado age com uma cerca hipocrisia com a contribuição muito grande da imprensa brasileira para tentar criar confusão na cabeça da sociedade”, disse o petista.
Proposta de corte de gastos deve ser fechada nesta semana
O governo indicou que fechará nesta semana o pacote de corte de gastos que vem sendo discutido nas últimas semanas e que já teve os ministros notificados dos impactos em suas devidas pastas.
A expectativa é de que algum anúncio sobre o corte de gastos ocorra ainda na tarde desta quinta (7) ou na sexta (8). Ainda não há informações se a divulgação do pacote será feita antes ou depois das conversas com os presidentes Arthur Lira (PP-AL), da Câmara, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado.
Os cortes serão encaminhados ao Congresso na forma de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e um Projeto de Lei Complementar (PLP).