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Saúde de Lula

Lula reclama do mercado e diz que “única coisa errada é a taxa de juros acima de 12%”

Lula
Presidente voltou a criticar o mercado financeiro por cobranças de responsabilidade fiscal. (Foto: Sebastião Moreira/EFE)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o mercado financeiro neste final de semana por conta da desconfiança que os agentes ainda têm com a sua política econômica, e disse que não é função deles se preocuparem com os gastos do governo.

A reclamação foi feita horas depois de ser liberado do hospital neste domingo (15), em São Paulo, após quase uma semana internado para tratar de um sangramento craniano que o levou às pressas para uma cirurgia. Ele estava internado desde a noite de segunda (9).

“A única coisa errada nesse país é a taxa de juros estar acima de 12%. Essa é a coisa errada. Não há nenhuma explicação”, disse Lula em entrevista à TV Globo. A taxa básica de juros foi elevada para 12,25% na semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central.

Lula voltou a repetir o frequente discurso de que ele tem experiência em cumprir a responsabilidade fiscal por conta das suas duas primeiras gestões, em que entregou o país com um amplo crescimento do PIB. Para ele, a desconfiança do mercado financeiro é injustificada.

“Vou repetir: ninguém nesse país, do mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu. [...] Entreguei esse país, sabe, numa situação muito privilegiada. É isso que eu quero fazer outra vez. E não é o mercado que tem ficar preocupado com os gastos do governo. É o governo. Porque, se eu não controlar os gastos, se eu gastar mais do que eu tenho, quem vai pagar é o povo pobre”, disparou.

A desconfiança do mercado ficou ainda mais evidente após o governo apresentar um pacote de corte de gastos aquém do esperado, com a meta de se economizar cerca de R$ 70 bilhões em dois anos. No entanto, há dúvidas se a proposta passará pelo Congresso sem ser desidratada.

Lula ficará em sua casa em São Paulo sob monitoramento médico até quinta (19), quando fará novos exames para averiguar se pode retornar a Brasília. “Aí, eu vou para Brasília para trabalhar normalmente”, completou.

“Quando eu voltar, a partir de quinta-feira (19), vou ver o que podemos fazer, conversar com o Haddad e a equipe econômica”, emendou o presidente.

O presidente tem pressa para discutir o andamento dos projetos do governo em tramitação no Congresso, que tem até sexta (20) para aprovar medidas do corte de gastos, a regulamentação da reforma tributária e o próprio orçamento do ano que vem.

“Nós não queremos fazer uma reforma para aumentar tributos neste país. Se o Brasil arrecadar corretamente os tributos já estabelecidos por lei, teremos arrecadação suficiente para cuidar das coisas. Não precisa aumentar tributo. E essa discussão ainda continua no Congresso Nacional”, encerrou Lula.

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