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Conta de luz

Lula reclama que “rico” paga menos conta de luz, mas atrasa nova política de energia elétrica

Lula
Presidente baseou reclamação em fala de ministro sobre consumo de energia em empresas através do mercado livre. (Foto: reprodução/Canal Gov)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reclamou nesta segunda (18) de como a conta de luz é distribuída entre os brasileiros, alegando que os grandes consumidores de energia pagam menos enquanto que os pobres, na visão dele, pagam mais.

A reclamação se dá por conta do consumo no chamado “mercado livre” de energia, onde várias operadoras privadas disputam clientes corporativos e que até mesmo o próprio governo se beneficia. A importação de energia da Venezuela para o Brasil – para abastecer o estado de Roraima –, por exemplo, será operada pela Âmbar Energia, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que ofereceu uma proposta aceita pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

“Três milhões de pessoas, que são os empresários, pagam um terço do preço da energia que paga o pobre. Eu faço uma pergunta: é justo o rico pagar menos do que o pobre”, questionou durante um evento do Minha Casa Minha Vida em Macapá (AP).

O descontentamento de Lula foi motivado por declarações do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que revelou que 3 milhões de consumidores no mercado livre pagam um valor reduzido de R$ 250 por megawatt-hora (MWh), enquanto os demais, cerca de 87 milhões, pagam em média R$ 650 por MWh.

Diante dessa disparidade, o presidente anunciou a necessidade de uma revisão no setor elétrico no início do próximo ano, afirmando que "o povo pobre trabalhador não pode continuar pagando a conta dos mais ricos neste país." Entre as medidas provisórias prometidas pelo governo, destaca-se a que busca evitar um aumento de 44% nas tarifas no Amapá.

O ministro Silveira, por sua vez, reiterou a necessidade de uma reforma estrutural nas leis do setor elétrico, classificando o atual marco legal como uma “colcha de retalhos”. Desde o começo do ano, o governo tem se comprometido a apresentar uma proposta no Congresso para reformar o que considera como “distorções” acumuladas ao longo dos anos no setor elétrico brasileiro.

Entre essas distorções está a canetada que o setor sofreu pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que assinou uma medida provisória antecipando as concessões de hidrelétricas e linhas de transmissão em 2012 com a promessa de reduzir a conta de luz em 20%.

A medida, no entanto, desestabilizou o setor pela falta de recursos do governo em subsidiar os encargos das tarifas e indenizações às operadoras pela antecipação das concessões. Três anos depois, foi imposto um tarifaço que provocou um aumento de mais de 50% na conta de luz.

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