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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) na manhã desta segunda (4) e reafirmou o pedido para que haja uma reforma no órgão multilateral de finanças. Este é um dos pleitos do petista na presidência temporária do G20 neste ano, e é comumente citado em discursos em que critica a atual estrutura dos organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU).
Lula se reuniu com Kristalina Georgieva junto do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, e de Dilma Rousseff (PT), que preside o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, também conhecido como "Banco do Brics"). A reunião foi realizada a portas fechadas no Palácio do Planalto, mas o presidente afirmou nas redes sociais que a conversa foi centrada em temas como inclusão social e redução da pobreza.
“Também falamos da necessária reforma do FMI, para termos um Fundo Monetário Internacional mais representativo do mundo atual e capaz de ajudar os países que precisam recorrer ao FMI em melhores condições”, escreveu Lula.
A fala é semelhante à de Haddad, que escreveu que o “desenvolvimento sustentável com justiça social implica numa reorganização das relações entre países que precisam recorrer ao FMI e em como o Fundo pode ser um catalisador de oportunidades para diversos países em desenvolvimento”.
Já Dilma Rousseff não comentou sobre a reunião.
Lula tem defendido uma reforma na governança global para garantir maior representatividade dos países em desenvolvimento e condições favoráveis de financiamento para promover o desenvolvimento socioeconômico. Uma das propostas discutidas pelo Brasil no G20 é a possibilidade de trocar dívidas por investimentos, visando oferecer melhores condições de crédito e taxas para países em desenvolvimento, especialmente na África.
Haddad esclareceu que essa proposta não se trata de perdão de dívidas, mas sim de um refinanciamento em condições mais favoráveis.
O Brasil tem defendido que instituições multilaterais de crédito, como o FMI e o Banco Mundial, priorizem as necessidades dos países em desenvolvimento, principalmente na área de infraestrutura, e estudem alternativas para renegociar dívidas de nações em dificuldades financeiras, como a Argentina.