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Acordo

Lula diz que nem países da União Europeia cumprem regras exigidas do Mercosul

Lula União Europeia
Presidente criticou carta adicional enviada pela União Europeia com exigências para acordo comercial com o Mercosul. (Foto: Massimo Percossi/EFE)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, na manhã desta quinta (22), uma carta com exigências adicionais da União Europeia para a concretização do acordo comercial com o Mercosul, que está travado por conta de barreiras impostas pelo parlamento francês à chancela dos negócios.

O bloco europeu colocou entraves a produtos do Mercosul que poderiam ser supostamente provenientes de áreas de desmatamento, mas que são vistos por especialistas como protecionismo dos países.

“A carta adicional que a União Europeia mandou para o Mercosul é inaceitável porque colocam punição a qualquer país que não cumprir o Acordo de Paris, mas nem eles cumpriram. Ou seja, os países ricos não cumpriram o Acordo de Paris, o Protocolo de Kyoto, a decisão de Copenhagen”, disse.

Lula afirmou que está preparando uma resposta para a União Europeia que vai questionar as medidas impostas para a conclusão do acordo “que favoreça” as relações comerciais. A fala ocorreu momentos antes do presidente embarcar de Roma para Paris, onde vai participar de uma longa agenda de reuniões bilaterais e de um encontro com Emmanuel Macron à noite, em que pretende discutir os termos do acordo.

“Porque a França é muito dura na defesa dos seus interesses agrícolas, e é importante a gente convencê-los que é maravilhoso que defendam sua agricultura, mas tem que entender que os outros também têm o direito de defender as suas agriculturas”, completou.

Para ele, cada país tem que abrir mão “um pouco do seu protecionismo, para que a gente possa construir a possibilidade de um acordo que melhore a situação da União Europeia e da América do Sul”. Lula também conversou sobre o acordo com os líderes italianos, o presidente Sérgio Mattarella e a primeira-ministra Giorgia Meloni, para ajudar a destravar as negociações.

Ele lembrou, ainda, que o Brasil está à frente das discussões sobre transição energética e disse ter cobrado investimentos dos países ricos em ações de proteção ao meio ambiente. “Do ponto de vista da questão do clima, o Brasil tem autoridade moral para discutir com o mundo, de cabeça erguida, o que queremos para o país”, disse.

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