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Um dia após dizer que não reclamaria mais da taxa de juros, o presidente Lula (PT) voltou a criticar a taxa básica de juros definida pelo Banco Central e disse ter “paciência” para substituir o presidente do banco, Roberto Campos Neto.
As declarações foram dadas durante o café com jornalistas promovido pelo governo no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (23).
“O presidente do Banco Central tem que saber que quem perde dinheiro com essa taxa de juros alta é o povo brasileiro […] Mesmo dizendo isso, tenho toda a paciência do mundo. Porque eu tenho que esperar até dezembro para mudar o Banco Central”, disse Lula.
Na segunda-feira (22), ao discursar em um evento do governo, Lula disse que não reclamaria mais da taxa de juros.
“Todo mundo sabe que tá difícil, mas hoje aqui a gente tomou a seguinte decisão: a gente não vai ficar lamentando aquilo que é difícil, o que a gente não controla. A gente vai fazer o que a gente pode”, disse o petista na ocasião.
Ainda, durante o café com jornalistas, nesta terça, Lula criticou a pressão por corte de gastos e defendeu o expansionismo fiscal para o crescimento do país.
Em outro momento, ao ser questionado sobre os embates com o Congresso, o presidente negou que tenha problemas e descartou a possibilidade de reforma ministerial.
Logo no início do café, Lula e o ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, reclamaram da cobertura da imprensa sobre a cobrança pública feita pelo próprio Lula a ministros durante o evento da segunda-feira (22), quando o presidente cobrou mais agilidade do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem que investir tempo em conversas com o Congresso em vez de ler livros.
Além de Alckmin e Haddad, o petista também cobrou mais desenvoltura no diálogo com o Congresso dos ministros Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social; e Rui Costa, da Casa Civil.
Segundo Paulo Pimenta esclareceu aos jornalistas no encontro desta terça, a fala de Lula não foi uma “bronca”, mas uma “brincadeira”.