Com 230 funcionários, MadeiraMadeira inaugurou uma nova sede no fim de 2016 e integrou o call center com área operacional e comercial| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Depois de completar sete anos de mercado e alcançar um faturamento que beira os R$ 200 milhões, o e-commerce curitibano MadeiraMadeira, que vende móveis e materiais de construção pela internet, teve seu primeiro balanço financeiro positivo no ano passado. A empresa contou com o aporte de três fundos de investimento para financiar a operação durante os anos em que validava o modelo de negócio e conquistava clientes em todo o país. Em 2016, atingiu a média de 40 mil entregas mensais e, com algumas mudanças para se tornar mais rentável, já não depende de dinheiro externo para funcionar e projeta atingir o primeiro bilhão em 2019.

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Negócio começou com planilhas de Excel e virou referência em produção de software

As mudanças no modelo de negócio do e-commerce começaram a acontecer em 2014, quando os sócios decidiram que estava no momento de tornar a empresa rentável. Eles tiraram a política de frete grátis, acabaram com outros subsídios de frete e pararam de aderir a plataformas de cupons de desconto. Também passaram a renegociar mais com os fornecedores para conseguir produtos com preços melhores.

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Outra mudança foi aumentar os canais de venda ao integrar a MadeiraMadeira aos maiores marketplaces do Brasil, como B2W (dona da Americanas e Submarino), Cnova (Casas Bahia e Extra), Walmart e Mercado Livre.

“Adotamos uma estratégia clara de que não íamos mais vender com margem negativa. Então, a gente começou a pensar em novas formas de como vender bastante sem dar prejuízo. Aumentos o número de canais, melhoramos o marketing e retiramos algumas políticas de subsídio do site”, afirma Robson Privado, sócio e diretor de marketing e produtos da MadeiraMadeira. Ele também é presidente do Comitê de Empreendedorismo da Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) em Curitiba.

Privado conta que, no começo, enfrentou resistência dos clientes por causa do repasse de preço. Mas, segundo ele, o problema foi contornado e a empresa alcançou a marca de 40 mil entregas mensais. São mais de 400 mil pessoas que já compraram pelo site alguns dos mais de 50 mil itens de móveis e materiais de construção.

A empresa também lançou, no fim de 2015, marcas próprias para aumentar a rentabilidade do negócio. São três marcas de móveis e iluminação até objetos de metal. “Uma das nossas estratégias para este ano é intensificar a atuação e o número de marcas próprias”, afirma Privado. A MadeiraMadeira é responsável pelos projetos e design e terceiriza a fabricação.

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Planos para 2017

Para este ano, além de dar capilaridade às marcas próprias, a empresa quer aumentar as vendas pelo e-commerce, melhorar a rentabilidade do negócio e proporcionar uma experiência de compra mais assertiva ao cliente. O objetivo é que, no fim de 2017, o negócio mantenha uma taxa média de crescimento de 85% para chegar, em 2019, ao R$ 1 bilhão de faturamento. Em 2016, a empresa cresceu 100%.

A MadeiraMadeira também quer ser uma empresa “one stop shop”, ou seja, quer que o cliente encontre tudo o que precisa para sua casa em seu site, de uma forma “muito mais inteligente”, afirma Privado. Novas categorias de produtos, como eletroportáteis, utensílios domésticos e cama, mesa e banho serão lançadas neste ano e a empresa está investindo em tecnologias que usam inteligência artificial para recomendar produtos aos consumidores e para tirar dúvidas, como os chatbots.