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O maior avião civil do mundo (A380) decolou nesta segunda-feira pela primeira vez com 474 passageiros dentro do programa de provas prévio ao início oficial de suas atividades, informou o fabricante europeu Airbus.

O terceiro aparelho construído pela Airbus, ocupado por trabalhadores da empresa voluntários para o teste, decolou pouco antes das 10 horas (5h de Brasília) de Paris para um vôo que terminará sete horas depois (12h) no local de partida.

Esse é o primeiro dos quatro vôos com passageiros, incluindo um noturno, que a Airbus planeja fazer até a próxima sexta-feira, dos quais participarão 1.900 trabalhadores.

"Trata-se de testar o avião em todo o tipo de condições de vôo", disse a Airbus em comunicado, no qual precisou que os próximos testes tripulados durarão dez, 12 e 15 horas.

Os vôos tripulados não fazem parte das condições prévias necessárias à certificação técnica do avião, mas a Airbus pretende "avaliar o entorno e os sistemas de cabine no vôo para garantir a segurança do aparelho".

Os primeiros passageiros do Airbus 380 sobrevoarão a Espanha, França, Reino Unido e Alemanha nos vôos mais curtos e chegarão até as Ilhas Canárias e Noruega nos de maior duração.

Com os vôos, a Airbus pretende "dar uma dimensão humana" às provas do aparelho, que deverá entrar em serviço em dezembro, quando deve entregar o primeiro avião pronto da Aerolínea Singapore Airlaines, de Cingapura.

Os trabalhadores deverão fazer comentários sobre o vôo para ajudar o fabricante a afinar a concepção de dupla cabine.

Entre os passageiros viajarão também alguns especialistas em cabine, representantes da Airbus e das empresas encarregadas de equipar os aviões, que verificarão sobretudo os sietmas de ar-condicionado, iluminação, acústica, sistemas de entretenimento, compartimentos de cozinha, circuitos elétricos, serviços e sistemas de evacuação de águas.

Os passageiros, escolhidos por sorteio entre os 15 mil trabalhadores voluntários da empresa, terão com função "testar a comodidade e a ergonomia do aparelho".

O programa do avião gigante sofreu um atraso importante, o que vai implicar gastos suplementares ao fabricante europeu que, segundo a imprensa, deve ser da ordem de 2 bilhões de euros.

O responsável da Airbus, Christian Streiff, ordenou um congelamento das contratações previstas para a empresa até que tenha o resultado da auditoria encomendada.

além disso, o grupo britânico BAE Systems, que possui atualmente 20% da Airbus, mostrou seu desejo de vender sua participação ao consórcio europeu EADS, que detém os 80% restantes.

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