Brasília (Folhapress) A taxa de juro cobrada do consumidor na hora da aquisição de bens disparou em dezembro, mês que as pessoas usam mais essa modalidade de crédito por conta das compras de fim de ano. A média aplicada sobre esse tipo de financiamento passou de 56,4% em novembro para 65,2% em dezembro, segundo levantamento feito pelo Banco Central.
A elevação ocorreu mesmo com o processo de ajuste da Selic, iniciado em setembro. Em dezembro, a taxa básica de juros da economia brasileira sofreu um corte de 0,5 ponto para 18% ao ano.
A taxa cobrada para aquisição de bens foi a única que sofreu elevação no mês passado. As demais sofreram queda ou ficaram estáveis. Esse foi o caso da praticada para a aquisição de veículos, que recuou apenas 0,1 ponto porcentual, para 34,8% ao ano. Nas operações de crédito pessoal, os juros passaram de 68,7% em novembro para 67,3% em dezembro. Estão incluídos nessas operações os empréstimos consignados com desconto direto em folha de pagamento , que tiveram um recuo menor, de 36,9% ao ano para 36,4% ao ano em dezembro.
A queda no cheque especial, a mais alta de todas, alcançou 1,7 ponto porcentual, passando para 147,5% ao ano. A taxa média cobrada das operações para a pessoa física ficou em 59,3% ao ano em dezembro, com queda de 1,1 ponto porcentual. Já a taxa de juros cobrada das empresas (pessoa jurídica) caiu de 32,4% ao ano em novembro para 31,7% ao ano em dezembro.
Spread
O spread diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes caiu 0,4 ponto no mês passado e passou de 43,2 pontos porcentuais para 42,8 pontos porcentuais. Para as empresas, a queda foi menor, de 0,2 ponto. Já a taxa de inadimplência ficou praticamente estável no mês passado. Para as empresas, ela foi de 2%, e para as pessoas físicas, de 6,8%.