Se você é adepto de qualquer dieta específica, seja motivado pela saúde ou por princípios, deve ter na ponta da língua alguns substitutos para receitas do dia a dia. Farinha de aveia e de linhaça, por exemplo, são alguns dos ingredientes que fazem parte da rotina de celíacos ou daqueles que querem cortar o glúten. Já ovos e grãos são muito usados na cozinha vegetariana. Mas há quem adote uma linha alimentar ainda mais restritiva que é a vegana, na qual não se consome nenhum produto de origem animal, nem mesmo ovos e mel.
Para um carnívoro de carteirinha, é quase inimaginável saber como montar um cardápio diário diante de tais limitações, mas o fato é que, com base em cereais, leguminosas, frutas e verduras, o veganismo tem crescido e se fortalecido entre os consumidores. A expansão do mercado chega ao ponto de a maior granja da América do Sul, a Mantiqueira – com produção anual média de dois bilhões de ovos –, lançar uma linha vegana, ou seja, de produtos que têm a textura e o sabor do ovo, sem terem vindo das galinhas.
Depois de mais de dois anos de pesquisa, a empresa colocou nas prateleiras o seu primeiro produto da linha, o N.ovo. Feito a partir do amido de ervilha, proteína de ervilha, linhaça dourada integral moída e um mix de fermentos, ele foi criado para ser usado em receitas caseiras ou industriais de panificação, como bolos, tortas e pães.
“O N.ovo é um substituto vegetal de ovos para receitas em geral, indicado para veganos, intolerantes ou alérgicos ao alimento e para pessoas que estejam buscando reduzir o consumo de produtos de origem animal. Pode ser vendido tanto para o consumidor final quanto para restaurantes que buscam aumentar as opções veganas em seus cardápios”, explica a gestora de novos projetos do Grupo Mantiqueira, Amanda Pinto, que também filha do fundador Leandro Pinto.
O ovo vegano é comercializado em pó, com preço sugerido de R$ 19,90, o pacote (equivalente a uma dúzia) e não deve ser consumido em preparos diretos, como em omeletes ou ovos mexidos. Mas, já de olho nesse nicho exponencial, em breve a empresa lançará um substituto para o preparo destas duas receitas “com textura e sabor igual ao ovo”, garante Amanda. A gestora acrescenta que também estão em fase de desenvolvimento um produto para substituir as claras em neve e gemas em spray para dourar receitas.
Expansão fabril e exportação
Amanda Pinto pontua que neste momento a produção vegana é terceirizada e não representa nem 5% do faturamento da empresa. Entretanto, conta, a ideia é que com o aumento da demanda a empresa invista em fábricas próprias. O N.ovo, em um mês, está em 700 pontos de venda, de seis estados, sendo a maioria em São Paulo e Rio. A expectativa da empresa é de até o fim do ano chegar a dois mil estabelecimentos e ser exportado para Nova Zelândia, Dubai e Chile.
“Desenvolver versões veganas de alimentos tradicionais já é uma tendência do mercado, e nós decidimos apostar nesse novo produto. Boa parte da demanda vem de pessoas não veganas, que associam o veganismo com saudabilidade ou que decidem fazer uma opção mais sustentável de consumo ocasionalmente, além dos intolerantes e alérgicos ao alimento”, afirma a gestora.
Uma pesquisa realizada, no ano passado, corrobora a percepção de Amanda e da Mantiqueira. De acordo com levantamento encomendado pela Sociedade Vegetariana Brasileira, 14% da população brasileira se declara vegetariana e 55% disse que consumiria mais produtos veganos se os mesmos estivessem indicações mais claras nas embalagens ou com preços iguais aos demais produtos.
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