A maioria dos brasileiros é contra a reforma da Previdência. Dentre os que tomaram conhecimento da proposta que o governo Temer encaminhou ao Congresso, 73,2% disseram rejeitar as mudanças, e apenas 21,1% afirmaram ser favoráveis. Os 5,7% restantes não sabem ou não opinaram.
Os números são de uma pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, que ouviu 2.002 brasileiros de 146 municípios de todas as unidades da federação entre os dias 12 e 15 de fevereiro. A amostra tem um grau de confiança de 95% para uma margem de erro estimada em 2%.
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De acordo com o levantamento, 64% da população ouviu falar da reforma. A proporção dos que tomaram conhecimento aumenta conforme a escolaridade. Entre os brasileiros com ensino fundamental, 58,8% sabem da intenção do governo, índice que sobe para 61,8% entre os que completaram o ensino médio e 78,6% entre as pessoas com curso superior.
A população com idade entre 35 e 44 anos é a mais bem-informada a respeito da reforma: 71,8% ouviram falar dela. O menor índice está entre os jovens de 16 a 24 anos (50,2%). Na divisão por regiões, 76,2% dos habitantes do Sul tomaram conhecimento da proposta. Na sequência aparecem Nordeste (64%), Sudeste (61,3%) e Norte e Centro-Oeste (59,4%).
Dificuldades no Congresso
A ampla rejeição da população dá uma ideia das dificuldades que o governo Temer vai enfrentar para reformar a Previdência. A equipe econômica tem apresentado uma série de números para reforçar a necessidade de mudanças na legislação e evitar uma reforma “aguada”. Mas, de olho nas eleições de 2018, até mesmo os parlamentares da base aliada – que deram apoio quase irrestrito ao governo em votações como a da PEC do teto de gastos – trabalham para suavizar as novas regras.
Para aprovar a emenda constitucional que altera as regras da Previdência, o governo precisa da aprovação, em dois turnos, de três quintos dos deputados e três quintos dos senadores. Mas não parece ter esse apoio todo no momento.
Apenas 20,5% dos deputados consideram de alta prioridade as propostas do governo, e somente 38% concordam com a tese, do Ministério da Fazenda, de que sem reforma o crescimento econômico não será retomado, segundo pesquisa da Factual Informação e Análise em parceria com a consultoria GO Associados, citada recentemente pelo jornal “Valor Econômico”.
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