Mais da metade dos lares brasileiros (54,5%) ainda tinha tevê de tubo em 2013, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta quarta-feira (29).
A tevê de tela fina estava presente em 24,3% dos 65,1 milhões de domicílios pesquisados. Os dois modelos de televisão eram encontrados em 21,2% das residências.
A pesquisa também mostra que somente 31,2% dos lares tinha tevê digital naquele ano, e que 97,2% estavam equipados com ao menos um aparelho.
Apesar da baixa adesão ao modelo, o governo pretende iniciar o desligamento das redes de tevê analógica entre 2016 e 2018, o que só se completará quando o percentual de acesso à tevê digital dos lares brasileiros chegar a 93%.
O país está, dessa forma, ainda longe da meta do governo. O levantamento realizado há dois anos registrou que 28,5% das residências com televisão –18,1 milhões de lares– dispunham apenas do sinal analógico captado com auxílio de antenas de pequeno alcance e sujeito a mais interferências. Ou seja, não possuíam nem transmissão digital de tevê aberta, nem tevê por assinatura ou parabólica.
Tevê digital
À reportagem, o vice-presidente Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), Carlos Nazareth Marins, afirmou que o alcance da tevê digital após 2013 provavelmente aumentou em todo o território nacional. Segundo Marins, responsável pelo centro de pesquisa em tecnologia sediado no interior de Minas Gerais, todas as capitais brasileiras já dispõem do sinal digital e existe entre as emissoras de tevê um esforço para propagar este tipo de transmissão pelo país.
Desde 2011, todos os televisores fabricados no Brasil já vêm com receptor digital embutido. Segundo Marins, a meta de encerrar a transmissão do sinal analógico até 2018 no país é ambiciosa e com pouca possibilidade de cumprimento.
“Se, com 60 anos de televisão no país, o sinal analógico ainda não chega a 100% da população, triplicar o sinal digital não deverá ser tão rápido”, disse ele, sugerindo que parte da infraestrutura do analógico poderia ser usada na rede digital desde que sejam feitos investimentos em modernização e troca de alguns equipamentos.
Por assinatura
Em 2013, segundo a pesquisa, 29,5% dos domicílios tinham tevê por assinatura, 31,2%, sinal digital de tevê aberta e 38,4%, antena parabólica.
Em áreas rurais, 78,3% dos lares dispunham de antena parabólica e apenas 9,3% recebiam sinal digital de tevê aberta. Apenas 5,3% tinham tevê por assinatura.
Na zona urbana, a distribuição é mais equilibrada, com os três modelos não superando 35%, com vantagem pequena para sinal digital de tevê aberta de 34,6%.
Regiões
As regiões Nordeste (50,7%) e Norte (42,3%) são as em que o uso da antena parabólica é majoritário nos domicílios. O acesso do sinal digital da tevê aberta atinge, respectivamente, 22,6% e 20% no Norte e Nordeste. A tevê a cabo chega apenas a 18,9% no Norte e 15% no Nordeste.
O Sudeste é a região em que a presença de tevê a cabo nos domicílios é a mais alta do país, de 40,1%, seguido do Sul (29,6%) e Centro-Oeste (26,9%).
A despeito da renda mais elevada, a parabólica no Sul (41,4%) supera outras formas de transmissão. A televisão digital atinge em torno de um terço dos domicílios no Sul (32,6%) e em 29,2% no Centro-Oeste. O Sudeste registrou percentual de TV aberta digital de 39,9% em 2013.