Ainda sob os efeitos da tumultuada votação da Medida Provisória dos Portos, parlamentares de nove partidos da base aliada assinaram o pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras. Ao todo, 199 deputados (28 a mais do que o número necessário) aderiram ao pedido de criação da CPI apresentado por Leonardo Quintão (PMDB-MG), Carlos Magno (PR-RO) e Maurício Quintela Lessa (PR-AL).
Na base aliada, o PMDB foi quem teve a maior adesão, com assinatura de 52 dos 82 parlamentares da bancada. O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), que está em rota de colisão com o Planalto especialmente pela votação dos portos, não referendou o pedido.
Dos 37 deputados do PP, 26 assinaram o pedido, que também teve 13 assinaturas do PSC, nove assinaturas do PR e do PTB, três do PDT, além de duas do PSB e uma do PRB e do PC do B. Entre os independentes, três deputados do PSD também assinaram.
Há algumas semanas, parte do PMDB já tinha trabalhado pela instalação da CPI da Petrobras. A movimentação ganhou fôlego na semana passada após a bancada sair derrotada da votação da MP dos Portos. Minutos depois da Câmara derrubar uma emenda do líder do PMDB, Quintão percorreu o plenário pedindo adesão ao texto.
Na avaliação de líderes alinhados com o Planalto, a iniciativa conta com aval de Eduardo Cunha. O governo, no entanto, deve repassar para o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a responsabilidade para enterrar a CPI.
A vantagem do governo é que a Câmara tem uma fila de 15 pedidos de criação de CPI. Uma avaliar preliminar de técnicos, porém, indica que apenas cinco dessas solicitações estão dentro das exigências regimentais para funcionar. Atualmente, estão em funcionamento na Casa duas comissões. Pelas regras, até cinco podem funcionar.