O designer e diretor-presidente da Brainbox, empresa do Grupo OM Comunicação Integrada, Zeh Henrique Rodrigues, participou neste ano de dois grandes eventos de varejo: a 20.ª edição do Globalshop (em Las Vegas) e a 101.ª edição do Retails Big Show, promovido pela NRF (em Nova York). No último, as maiores delegações eram do Brasil e do Canadá. Sinal de que os brasileiros estão querendo saber como as empresas varejistas devem agir para atrair e fidelizar clientes.
Os clientes, diz Rodrigues, são o grande desafio do empresário que está no comércio. O consumidor moderno, completa, é mais preparado, consciente e agressivo. Ele impõe um ritmo diferente aos varejistas mundiais. "Hoje o cliente chega ao ponto de venda sabendo o que quer, muitas vezes com mais conhecimento do que os próprios vendedores. Dentro da loja e com o suporte da tecnologia, ele compara preço, avalia estoque, pede opiniões e consulta dados técnicos, tudo em questão de minutos", ressalta.
Tecnologia, inclusive, é fundamental no cenário atual de consumo. Segundo Rodrigues, as redes varejistas fora do Brasil já entenderam que, quanto maior a loja, maior a despesa. Por isso, reduziram o espaço físico e passaram a controlar gastos (como de energia e ar-condicionado, por exemplo). As lojas menores têm menos produtos, mas têm mais espaço de convivência. E nesse cenário, explica Rodrigues, o bom atendimento pode ser feito com o uso de tecnologia e canais digitais no ponto de venda. "Daí vem o conceito da loja 3.0, que integra ambiente, tecnologia e envolvimento de equipe", afirma.
Depois de participar dos eventos mundiais, o designer resolveu compartilhar as informações com uma plateia grande e atenta, reunida em Curitiba. Para ele, as três principais tendências verificadas são denominadas de Emotional Tecnology, Omnichannel e Slow and Less. A primeira diz respeito à sinergia entre a tecnologia usada no ponto de venda (tablets, identificadores de perfis do consumidor por câmeras, totens interativos, reconhecimento de presença com toque) e o investimento efetuado na equipe para tornar o ponto de venda um lugar mais aconchegante e confortável. A segunda denomina a força que o varejo tem transmitido ao consumidor para tomar decisões, graças ao uso de tecnologia e a quantidade de informação disponível. E Slow and Less determina a tendência de reduzir o ritmo alucinante observado atualmente.