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Vaca louca

Mais um embargo contra a carne paranaense

O Líbano tem pouco peso na exportação de carne brasileira, mas reforça cenário polêmico | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
O Líbano tem pouco peso na exportação de carne brasileira, mas reforça cenário polêmico (Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo)

A novela da vaca louca continua repercutindo na pecuária brasileira. No mais recente capítulo, ontem, a compra de carne bovina paranaense sofreu um novo embargo, desta vez do Líbano, como forma de reação ao caso ocorrido no estado em 2010, quando foi registrada a morte de um animal que portava o agente causador da doença. Medidas semelhantes já foram anunciadas por outros seis países, mesmo com a ameaça brasileira de levar a questão à Organização Mundial do Comércio (OMC).

As compras libanesas são pouco expressivas para o Brasil. Entre janeiro e outubro de 2012 o país foi responsável por US$ 69 milhões, apenas 1,5% das receitas obtidas com os embarques da carne brasileira, tendo adquirido 13 mil toneladas. E como a decisão vale apenas para produtos oriundos do Paraná, o impacto deverá ser reduzido, pois neste ano não ocorreram vendas para o país, conforme indicam dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em 2011, foram escoadas apenas duas toneladas para o Líbano.

"Embora não seja tão representativa, a perda de mais este mercado sinaliza para o resto do mundo uma atitude que não deve ser subestimada, pois pesa negativamente junto aos demais paí­ses do mundo árabe", avalia Péricles Salazar, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarne).

O Ministério da Agri­cultura, Pecuária e Abaste­cimento (Mapa) não se manifesta sobre a questão, alegando não ter sido comunicado oficialmente sobre a decisão do país. O anúncio oficial foi feito pelo ministro libanês de Agricultura, Hussein Hajj.

Até agora é reconhecido o embargo de seis nações: África do Sul, Arábia Saudita, China, Coreia do Sul, Japão e Taiwan. Ainda assim, o ministério tem se mobilizado para reverter a questão. Primeiro, foi realizada uma ofensiva diplomática com representantes de 20 países para que fossem prestados esclarecimentos. Recentemente, foi estabelecido um prazo máximo até março para a suspensão das decisões, sob ameaça de registro de uma queixa oficial na OMC.

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