Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
câmbio

Mais um salto. E o dólar chega a R$ 2,45

Preocupado, Tombini cancela viagem | Wilson Dias/Agência Brasil
Preocupado, Tombini cancela viagem (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

O dólar avançou mais de 2% em relação ao real, batendo na máxima em quase cinco anos ao chegar ao patamar de R$ 2,45, diante de forte movimento especulativo e após investidores interpretarem a ata da última reunião do Federal Reserve como um sinal de que a redução do estímulo nos Estados Unidos está próxima. O movimento aconteceu mesmo com a forte atuação do Banco Central brasileiro, que fez dois leilões de swap cambial tradicional – equivalentes a venda futura de dólares –, anunciou mais um para a próxima sessão e, após o fechamento dos negócios, divulgou que fará dois novos leilões hoje.

O dólar avançou 2,39%, para R$ 2,4512 na venda. É o maior nível de fechamento desde 9 de dezembro de 2008 (R$ 2,473), no auge da crise internacional. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro foi muito pequeno, pouco acima de US$ 750 milhões.

"O mercado lá fora piorou devido ao Fed [Federal Reserve, o banco central americano] e, como aqui o mercado está estupidamente especulativo, a notícia que era um pouco ruim lá fora fica aqui péssima", afirmou o operador de uma corretora internacional. A ata da última reunião do Fed mostrou que apenas alguns integrantes da instituição acreditam que o momento de reduzir o estímulo monetário no país está próximo, mas fez pouco para dissuadir a expectativa disseminada de que isso deve ocorrer já em setembro. Investidores mantêm os olhos abertos para quaisquer sinais sobre a eventual redução do ritmo de compra de títulos do Fed, uma vez que, quando ocorrer, limitará a oferta de dólares nos mercados globais, catapultando as cotações da divisa dos EUA.

No entanto, o avanço do dólar no Brasil foi mais forte que o observado em relação a outras moedas. Sobre uma cesta de moedas, o dólar tinha alta de 0,5%. "O negócio perde um pouco a lógica, vendo o tamanho da valorização da moeda comparada com outros países", disse o operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold. Segundo ele, a pressão de fortalecimento do dólar vem principalmente do mercado futuro, com o que chamou de "ataque especulativo" à moeda, e que as condições de liquidez no mercado à vista estão mais normais. Essa tese é corroborada pelos dados mais recentes do fluxo cambial, que mostraram entrada líquida de US$ 812 milhões na semana passada.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.