As pessoas interessadas em aplicar nas debêntures da BNDESPar têm mais uma semana para fazer a reserva dos papéis na corretora de sua preferência. O período em que o investidor manifesta o interesse no negócio encerra-se no dia 3 de abril. Só depois disso serão definidas as taxas de remuneração, por meio de uma análise de demanda denominada bookbuilding no jargão no mercado. O resultado será divulgado ainda no dia 4.
Especialistas indicam o investimento em debêntures para investidores que buscam formas de diversificar os seus ativos. A BNDESPar, empresa ligada ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES, veja mais informações sobre ela no box ao lado) é considerada um emissor de baixo risco, o que torna os papéis da empresa possíveis "concorrentes" com o Tesouro Direto, por exemplo. A agência de rating Moody's classificou a emissão como Aaa.br, a categoria de menor risco no Brasil.
São três séries de papéis, cada uma com características diferentes, em especial no que se refere à remuneração. A conjuntura atual, com juros em queda e incertezas no que se refere ao comportamento da inflação, faz com que essas possibilidades sejam mais importantes para o investidor. Segundo especialistas do mercado, a primeira série, que paga juros pré-fixados, tende a ser mais interessante. Ela estabelece uma taxa para os próximos anos, o que é positivo em um cenário de Selic em queda. Na última emissão da BNDESPar, realizada no fim de 2010, a série pré-fixada fechou em 12,56% ao ano. Para este ano, segundo estima Chede, a tendência é aproximar-se de 11% ganhos comparáveis com os do Tesouro Direto e superiores aos dos fundos DI.
A mesma lógica torna menos indicada a segunda série, cujos juros serão definidos trimestralmente com base no DI (acrescido de um porcentual de até 0,7 ponto, definido no processo de bookbuilding). A tendência é que os ganhos dessa série caiam caso confirme-se a tendência de uma taxa Selic em queda nos próximos anos.
Já a terceira série, que dá ao investidor a garantia de obter a correção do valor investido pela inflação, é uma escolha mais difícil. É a única opção que prevê pagamento de juros anuais, a partir de 2014. Nesse caso, vai contar pontos a liquidez do investimento. Qualquer que seja a escolha, o especialista observa que o investidor deve estar pronto para carregar o título até o vencimento. O mercado secundário de títulos desse tipo é muito pequeno, o que significa que tentativas de vender as debêntures antes do tempo podem resultar em forte deságio. A comparação com o Tesouro Direto é desvantajosa, já que os títulos públicos têm garantia de recompra, a preços de mercado, toda quarta-feira.