O ministro do Trabalho, Manoel Dias, negou na manhã desta sexta-feira, 22, que tenha se referido ao resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho, que apresentou o pior saldo para o mês em 15 anos, ao afirmar que "chegamos ao fundo do poço". De acordo com ele, a declaração se referia à indústria de transformação, que no mês passado, apresentou saldo líquido negativo de 15.392 postos de trabalho, quarto mês consecutivo de fechamento de vagas.
"A referência foi porque tivemos setor industrial que teve, nesses últimos três meses, uma diminuição na geração de empregos com o resultado de julho já bem menor do que nos últimos dois meses", justificou Dias e durante café da manhã em São Paulo com ex-ministros do Trabalho e presidentes de sindicatos da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU). Ele ponderou que a previsão do governo é de que a indústria deve apresentar dados positivos já em agosto.
O ministro lembrou que, em julho, o Brasil bateu recorde da produção de automóveis, não acompanhada por aumento nas vendas, o que acabou provocando a elevação dos estoques e, consequentemente, uma parada da produção e demissões de funcionários. Ele acredita, contudo, que as medidas anunciadas esta semana pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central para estimular ao crédito devem impactar positivamente as vendas do setor automobilístico, "normalizando a produção de automóveis".
Questionado sobre se os dados do Caged de julho não contradizem o discurso da presidente Dilma Rousseff de que o Brasil enfrenta os efeitos da crise global sem diminuição do número de empregos, Dias rebateu, afirmando que, mesmo o resultado tendo sido o pior para julho desde 1999, "o Brasil ainda é campeão na geração de empregos". "As pesquisas dizem que nós ainda somos o País que tem o menor porcentual de desempregados. (...) Quem está em crise é o mundo, não é o Brasil", afirmou.
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