Novo cálculo Carga tributária cai levemente

O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) acompanhou a mudança de metodologia do cálculo do PIB e corrigiu sua medição da carga tributária do país. Antes, os tributos recolhidos eram equivalentes a 38,8% de todas as riquezas produzidas. Agora, o número caiu para 35,21%, o equivalente a R$ 818 bilhões. O crescimento foi de 1,09 ponto porcentual em relação a 2005, quando a carga tributária ficou em 34,12% pela nova metodologia, o mesmo que R$ 733 bilhões arrecadados pelos cofres públicos. Ainda segundo o IBPT, de 1989 a 2006 a carga tributária aumentou 13,05 pontos porcentuais.

Marco Sanchotene

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Brasília – Após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2006, com base na nova metodologia do IBGE, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a trajetória de crescimento da economia mostra que é factível ter uma expansão do PIB de 4,5% em 2007. "Não é uma ficção, não é só um desejo. É factível termos 4,5% de crescimento em 2007", disse.

Ele comemorou o novo resultado e afirmou que o crescimento é um processo que vem sendo construído desde 2003. "Já me arrisco dizer que o Brasil ingressou em um ciclo de crescimento sustentado e que demos os primeiros passos neste ciclo de longo prazo", afirmou ele ao acrescentar que a expansão está sendo acompanhada de ascensão social das populações de menor renda.

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Com um crescimento maior, Mantega acredita que o Brasil deve alcançar um déficit nominal zero antes de 2010. Ele também previu que a relação dívida/PIB deve cair para 35% em 2010. Segundo o ministro, a revisão do crescimento do PIB em 2006, para 3,7%, já reduziu o patamar atual, baixando a relação dívida/PIB de 50% para 44,9%.

O ministro explicou ainda que os novos dados do PIB não vão levar o governo a mudar a política fiscal. Não haverá mudanças nos valores absolutos estabelecidos para as metas fiscais, e também para as despesas previstas no Projeto Piloto de Investimentos (PPI). "A responsabilidade fiscal é um compromisso do país e auferimos muitas vantagens por causa dela. O presidente Lula não abre mão deste compromisso", enfatizou.

Mantega destacou, em entrevista coletiva no Ministério da Fazenda, o comportamento "robusto" dos investimentos, que avançaram 8,7% em 2006, segundo ele, e do agronegócio. "A melhor novidade é o crescimento dos investimentos, que avança mais do que o PIB. E isso reflete um aumento na oferta do país, que permite crescimento com inflação baixa e significa a confiança do empresariado no futuro", argumentou.

No entanto, segundo Mantega, ainda existem desafios pela frente, como aumentar o nível de investimento nos próximos dois anos e proporcionar uma recuperação da indústria de transformação. De acordo com ele, a indústria de transformação cresceu apenas 1,6% em 2006, o que preocupa o governo. "Esse é um segmento importante para o país porque é o que mais emprega no setor indústria. A nossa preocupação é criar as condições para que a indústria de transformação se recupere", disse.