O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acha que o Brasil tem atualmente duas características que o protegem de turbulências internacionais: expressiva oferta de dólares na economia e fortalecimento do mercado interno.

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Segundo o ministro, os quase US$ 100 bilhões em reservas internacionais, somados aos US$ 45,7 bilhões do superávit acumulado em 12 meses na balança comercial, fornecem condições para que o Brasil resista a problemas externos, como a queda de ontem (27) na bolsa de valores na China: 8,8%. Em São Paulo, as ações que compõem o Ibovespa caíram 6,6% ontem.

"O máximo que poderia acontecer aqui é uma pequena queda do saldo na balança comercial porque algumas commodities [produtos agrícolas e minérios] se desvalorizariam", afirmou Mantega. "Não haveria maiores conseqüências."

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Mantega disse que a economia brasileira funciona bem com o país exportando US$ 30 bilhões a mais do que importa, o que daria margem de segurança até para quedas mais expressivas no superávit da balança comercial.

"Alguns analistas estimam que o saldo deste ano chegue a US$ 50 bilhões, então não seria um problema caso esse saldo caísse para US$ 40 bilhões, por exemplo", destacou o ministro.

Para ele, outro fator de segurança é o crescimento do mercado interno, constatado pelo resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2006 (2,9%), divulgado hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "A própria pesquisa mostrou que o consumo no Brasil está crescendo mais que o PIB " , afirmou Mantega.

De acordo com o IBGE, o consumo das famílias cresceu 3,8% e a massa salarial subiu 5,6%. Isso, segundo Mantega, é um sinal de que a economia não seria abalada caso houvesse queda nas exportações.

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