O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta terça-feira (5) uma nova modelagem para os leilões de concessão de rodovias, com o objetivo de tornar os investimentos mais atrativos para o setor privado.
A Folha de S.Paulo antecipou que erros de avaliações do governo e condições desfavoráveis fizeram alguns grupos desistirem de participar dos dois primeiros leilões, das BRs 040 e 116, em Minas Gerais. O governo alterou o prazo de concessão de 25 para 30 anos e elevou o prazo de carência para o início de pagamento de 3 para 5 anos. Também ampliou o prazo do financiamento, de 20 para 25 anos.
Segundo Mantega, o governo também diminuiu a necessidade de garantias. Antes, o patrimônio líquido exigido era de aproximadamente 1,3 vezes o total financiado. Agora, a exigência será de 1 vez o valor financiado.
O ministro admitiu que a projeção para aumento do tráfego nas rodovias estava superdimensionada na antiga modelagem, e reduziu a expectativa de crescimento anual de tráfego de 5% para 4%. "Alguns parâmetros foram modificados. A taxa de 5% de expansão era ambiciosa e isso estava no preço", disse. A taxa de juros foi mantida em TJLP mais 1,5% ao ano, dependendo do rating do investidor.
"Estamos oferecendo projetos com elevada taxa de retorno, o que hoje em dia é difícil encontrar no mundo", afirmou o ministro a uma plateia de investidores, em São Paulo.
Com tudo isso, o governo garante que todas as rodovias federais incluídos nesse pacote de concessões, entre as quais as BRs 040 e 116, em Minas Gerais, serão concedidas até o fim deste semestre.
Segundo Mantega, a taxa de retorno desses projetos será extremamente atrativa. "Na nossa avaliação, esses projetos de rodovias terão taxas de retorno para o investidor acima de 10% ao ano", disse. Neste primeiro encontro com bancos e investidores, os ministros Guido Mantega e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) tentaram restabelecer a confiança do setor privado na economia brasileira.
A meta do governo é contar com a agenda de projetos em infraestrutura para elevar a taxa de investimento a níveis superiores a 23% ao ano, chegando a 25%, se possível.
A redução do investimento no ano passado, que chegou ao final do terceiro trimestre ao nível de 18,7% sobre o PIB, resultou num pífio crescimento econômico em 2012.
Mantega disse que do ponto de vista fiscal, o país está numa situação tranquila. Segundo ele, os três principais gastos do governo (Previdência, gastos com pessoal e com o serviço da dívida) estão controlados e em queda.